Potencial de conectividade de paisagens de Mata Atlântica via polinização por mariposas e modelagem atmosférica (RJ – MG)

Autores

Palavras-chave:

Conectividade Potencial, Polininização por Mariposas, Modelagem atmosférica, Mata Atlântica, Fragmentação Florestal.

Resumo

A fragmentação florestal promove inúmeras alterações no funcionamento dos ecossistemas, principalmente por fenômenos microclimáticos. Pode levar à extinções de espécies menos tolerantes, facilitação da colonização de espécies invasoras, o predomínio de espécies primárias e a chegada de pragas, o que diminui a biodiversidade intra fragmentos. Do mesmo modo o isolamento de populações gera o empobrecimento genético, tornando-as mais suscetíveis à extinção quando da ocorrência de qualquer alteração dos habitats. A Mata Atlântica no Brasil possui de 7 a 15 % de cobertura remanescente em diferentes níveis de integridade e de sucessão ecológica. Diante disso, a legislação ambiental brasileira criou os mosaicos de Unidades de Conservação e os Corredores Ecológicos com a finalidade de conservar/preservar os remanescentes e recuperá-los para promover a conectividade ecológica, que garantiria a troca gênica entre populações e a elasticidade genética. No entanto projetos de restauração ecológica e de implementação de corredores ecológicos são executados sem nenhum planejamento ou estudos prévios, o que pode gerar mais problemas do que benefícios aos remanescentes. Este estudo apresenta como possibilidade de entendimento da conectividade a síndrome de polinização por mariposas, já que estas, podem se aproveitar de brisas para voar longas distâncias, conectando paisagens. Foi investigado o comportamento de voo, alimentar e sexual de 13 espécies de mariposas a partir de catálogo de referência e observações de campo na Reserva Ecológica do Guapiaçu (no município de Cachoeiras de Macacu -RJ), realizando-se estudos zoológicos e de modelagem atmosférica dos sistemas de brisas podendo identificar trajetórias potenciais de voo, que compõem um arranjo espacial. Os resultados indicam uma orientação espacial na qual mariposas podem conectar fragmentos de Mata Atlântica desde o litoral da Região Metropolitana do Rio de Janeiro até a Zona da Mata Mineira.

Biografia do Autor

Marcio Luiz Gonçalves D'Arrochella, Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro

Bacharel e Licenciado em Geografia (UFRJ), Especialista em Geologia do Quaternário (Museu Nacional), Mestre em Geografia (UERJ) e Doutor em Geografia (UFF).

Pesquisador Associado do Laboratório de Ecologia Florestal da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).

Referências

BROWN, J. H. e LIMONINO, M. V. Biogeografia. 2ª edição – Ribeirão Preto, SP: FUNPEC Editora, 2006.

D,ARROCHELLA, M. L. G. Potencial de conectividade de fragmentos florestais e paisagens de Mata Atlântica via polinização por mariposas e modelagem atmosférica em Cachoeiras de Macacu – RJ. Tese (Doutorado em Geografia). Universidade Federal Fluminense, 2019.

FARIAS, H. S. Espaços de risco à saúde humana na Região Metropolitana do Rio de Janeiro: um estudo das trajetórias de poluentes atmosféricos no Arco Matropolitano, CSA e COMPERJ. Tese (Doutorado em Geografia). Universidade Federal Fluminense, 2012.

FERREIRA, P. S. F.; MARTINS, D. S. e HÜBNER, N. Levantamento, flutuação e análise entomofaunística em mata remanescente da Zona da Mata, Viçosa, Minas Gerais. I. Sphingidae: Lepidoptera. Revista Ceres. 33(190):516-527, 1986.

FREITAS, S. R. Modelagem de dados espectrais na análise de padrões de fragmentação florestal na Bacia do rio Guapiaçu (RJ). Tese (Doutorado em Geografia), Universidade Federal do Rio de Jnaeiro. Rio de Jnaeiro – RJ, 2004.

GIOVENARDI, R. Estudo da diversidade de borboletas (Lepidoptera, rhopalocera) em 2 localidades no município de Frederico Westphalen, RS, Brasil. Dissertação (Mestrado em Biodiversidade Animal), Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria – RS, 2007.

JANZEN, D. H. Ecologia Vegetal nos Trópicos. – São Paulo: EPU: Ed. Da USP, 1980.

LAROCA, S. e MIELKE, O. H. H. Ensaios sobre ecologia de comunidades em Sphingdae na Serra do Mar, Paraná, Brasil (Lepdoptera). Revista Brasileira de Biologia, Rio de Janeiro, v. 35, nº1, p. 1-19, 1975.

LEIVAS, J. F.; RIBEIRO, G. G.; SARAIVA, I.; SANTO, J. S. E.; SOUZA, M. B.; FILHO, J. R. Avaliação dos prognósticos de precipitação simulada pelo modelo BRAMS na Amazônia Ocidental na estação chuvosa. Acta Amazônica. Vol. 41 (3), 2011.

MARCHIORI, L. A. C. Avaliação da estimativa da evapotranspiração obdita através do modelo BRAMS visando o uso de um modelo de estimativa de rendimento da soja no Rio Grande do Sul. Dissertação ( Mestrado em Sensoriamento Remoto). Programa de Pós Graduação em Sensoriamento Remoto da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2006.

MARINONI, R. C.; DUTRA, R. R. C. e MIELKE, O. H. H. Levantamento da fauna entomológica no estado do Paraná: Sphingidae (Lepidoptera). Diversidade alfa e estrutura de comunidade. Revista Brasileira de Zoologia. 16 (supl. 2): 223-240, 1999.

MARTIN, A.; SOARES, A.; BIZARRO, J. Guia dos Sphingidae da Serra dos Órgãos – Sudeste do Brasil. REGUA publications, 2011.

METZGER, J. P. Como lidar com regras pouco óbvias para a conservação da biodiversidade em paisagens fragmentadas. Natureza & Conservação. Vol. 4, nº 2, pp. 11-23, 2006.Pr

OLIVEIRA, J. L. F. Análise Espacial e Modelagem Atmosférica: Contribuições ao gerenciamento da Qualidade do Ar da Bacia Aérea III da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. 2004. Tese (Doutorado em Engenharia Civil). Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2004.

OLIVEIRA, R.; DUARTE JUNIOR, J. A.; RECH, A. R.; ÁVILA JUNIOR, R. S. Polinização por lepidópteros. In: RECH, A. R.; AGOSTINI, K.; OLIVEIRA , P. E.; MACHADO, I. C. Biologia da Polinização. Revisora Editorial Ceres Belchior – Rio de Janeiro, 2014.

PEDRAS, A. B. V. Uso de métricas de paisagem na priorização espacial para a restauração ecológica no município de Cachoeiras de Macacu - RJ.. Monografia ( Especialização Analise Ambiental e Gestão do Território). Escola Nacional de Ciências Estatísticas, Rio de Janeiro, 2018.

VARELA-FREIRE, A. A. Atividade de voo de esfingídeos (Lepidoptera: bombicodea sphingidea) em área protegida da Caatinga, Estação Ecológica do Seridó, Serra Negra do Norte/RN. Dissertação (Mestrado em Entomologia) no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Manaus, AM, 2004.

WOLOWSKI, M.; NUNES, C. E. P.; AMORIM, F. W.;VIZENTIN-BUGONI, J.; AXIMOFF, I; MARUYAMA, P. K.; BRITO, V. L. G. e FREITAS, L. Interações planta-polinizador em vegetação de altitude na Mata Atlântica. Oecologia Australis. 20(2): 7-23, 2016.

Downloads

Publicado

2023-12-21 — Atualizado em 2024-04-01

Versões

Como Citar

D’Arrochella, M. L. G. (2024). Potencial de conectividade de paisagens de Mata Atlântica via polinização por mariposas e modelagem atmosférica (RJ – MG). Humboldt - Revista De Geografia Física E Meio Ambiente, 1(4). Recuperado de https://www.e-publicacoes.uerj.br/humboldt/article/view/59995 (Original work published 21º de dezembro de 2023)