A REVISTA BRASILEIRA DE GEOGRAFIA E A GEOGRAFIA ESCOLAR MODERNA

Disputas na tradição escolar e produção de manuais didáticos

Abstract

Situado no campo das relações entre a história das disciplinas escolares e o desenvolvimento de cursos universitários no Brasil, o objetivo deste artigo é analisar os números da Revista Brasileira de Geografia (RBG) do período 1939-1945, especialmente na seção “Tipos e Aspectos do Brasil”, buscando compreender o domínio político-editorial da escola carioca de Geografia e do IBGE sobre tais publicações e reconhecendo os princípios de cientificidade acionados textual e imageticamente, assim como as reverberações dessas publicações sobre o discurso geográfico escolar moderno. Metodologicamente, este texto está estruturado em três momentos: (I) Discussão do método; (II) uma breve explanação sobre dois momentos de periodização da Geografia Escolar brasileira; e (III) as análises empreendidas sobre os números da RBG e uma discussão sobre sua relação com a produção de manuais didáticos de geografia. Ao final, defendemos que as publicações da RBG suturam politicamente um sentido de geografia ao adentrarem os manuais didáticos brasileiros, em contraposição aos princípios de cientificidade defendidos pela Geografia Paulista.