Ciência normal baseada em regras ou ciência normal baseada em paradigmas? As abordagens conflitantes dos capítulos 4 e 5 de A estrutura das revoluções científicas
DOI:
https://doi.org/10.12957/emconstrucao.2022.66167Abstract
No quarto capítulo de A estrutura das revoluções científicas, Thomas Kuhn descreve a ciência normal como uma atividade de resolução de quebra-cabeças. Entre as características que permitiriam aproximar a ciência normal dos quebra-cabeças estaria o fato de as soluções de problemas científicos precisarem seguir regras específicas, como o uso de determinadas generalizações, instrumentos, compromissos metafísicos e valores. Contudo, ao final desse mesmo capítulo e especialmente no seguinte, Kuhn rejeita o paralelo anteriormente formulado: a ciência normal, agora, não seria caracterizada pela utilização de regras, e sim guiada diretamente por paradigmas. Como conciliar essas duas visões aparentemente conflitantes sobre a natureza da ciência normal? Neste trabalho, discuto algumas explicações sobre a origem de tal tensão, em particular a descrição de Hoyningen-Huene sobre as etapas de escrita da Estrutura. A partir daí, considero uma possível solução para esta dificuldade, que aponta para o caráter público da atividade científica. Segundo argumento, os paradigmas nem sempre são capazes de fornecer critérios de decisões claros; nesse caso, as regras compartilhadas poderiam funcionar — de maneira parcial e provisória — como instrumentos para transmissão, discussão e avaliação dos paradigmas.
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