Do delírio racista à insistência negra em viver: uma análise do olhar psicopatológico brasileiro e o esforço descolonial
DOI:
https://doi.org/10.12957/emconstrucao.2021.54305Resumo
O artigo traz reflexões acerca do colonialismo como acontecimento moderno, percorrendo os processos eugênicos de racialização originados na Europa Ocidental. Opera a análise de múltiplas faces do racismo brasileiro, como injúrias voltadas a traços fenotípicos negróides, mobilidade social precária da população negra, e aspectos mitológicos da colonização, que regem o cotidiano das relações no Brasil sob o prisma racial. O trabalho se debruça sobre manchetes contemporâneas de grande repercussão, evidenciando a maneira como a racialização se traduz na manutenção de um estatuto colonial racista. Propõe uma chave de leitura do racismo brasileiro nos termos de um olhar psicopatológico. A psicopatologia negrofóbica se dá como produto de uma falsa-projeção sobre os corpos negros, vítimas de um homicídio ontológico e, portanto, cingidos pelo delírio racial. Por fim, sugere algumas formas teóricas e práticas para que possamos pensar outros horizontes junto as margens do social, municiando sublevações anticoloniais e antirracistas, incendiando o desejoso combate minoritário contra o panorama racista brasileiro.
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