A conciliação entre realismo e relativismo segundo Paul Feyerabend
DOI:
https://doi.org/10.12957/emconstrucao.2017.28128Resumen
Pretendo discutir a ideia de que Paul Feyerabend, ao contrário da leitura que comumente é feita de suas obras, concilia realismo e relativismo. Conhecido pelo tom, às vezes irônico, com que tratava algumas questões conceituais, preferiu escolher uma palavra para definir suas teses que servisse mais para a compreensão por parte de seus críticos do que para os seus leitores mais atentos: o pluralismo. É fato que ele, em certa fase de sua produção também adotou o termo “relativismo” para denominar suas teses. Isso permitiu que muitos de seus leitores interpretassem suas ideias como se fosse uma defesa de um relativismo radical, o que não é correto. Feyerabend mantém, em seus textos, uma postura que não corresponde àquele relativismo que comumente lhe é atribuído. Procurarei explicitar as teses que Feyerabend assumia e explicar como sua postura se aproxima muito mais de uma possível conciliação entre realismo e relativismo do que de uma postura realista ou relativista. Mas seria Feyerabend um realista ou um relativista? Para Feyerabend, tais concepções não precisam ser encaradas como excludentes, dependendo de como se concebe a realidade e as nossas possibilidades de acesso cognitivo a ela. Em seu último trabalho, o livro publicado após a sua morte chamado Conquista da Abundância, Feyerabend retoma algumas de suas teses e trabalha de forma mais incisiva a sua posição com relação aos problemas do realismo, do relativismo e do pluralismo. Nessa obra, em especial, fica mais clara a sua concepção de realidade e em que sentido ele é um realista. Com isso, argumento que ele não é um relativista radical e que tem uma concepção de realidade. É neste sentido que ele defende uma conciliação entre realismo e relativismo, pois, mesmo atestando a existência da realidade e a possibilidade de acesso cognitivo a ela, ele não dá privilegio a uma ou outra forma de conhecimento. Ao final, explicarei como o pluralismo pode ser interpretado como um corolário desta conciliação.
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