Aqueles que estão mortos não se foram para sempre

Da manutenção da supremacia, o museu etnológico e as complexidades do Fórum Humboldt

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/concinnitas.2024.85962

Palavras-chave:

Museu universal, restituição, colonialidade do poder, queerificar o museu

Resumo

Ndikung expõe a continuidade do projeto colonial na Alemanha do século 21, ao escrever sobre a decisão do Estado, apoiada por especialistas, de reconstruir as fachadas do palácio da cidade de Berlim para albergar a coleção de objetos etnológicos e obras de arte do Fórum Humboldt – inaugurado em 2021. Em meio às críticas de parte da população em relação à proveniência da coleção, Ndikung constrói nós de resistência à violência colonial contemporânea e secular.

Biografia do Autor

Bonaventure Soh Bejeng Ndikung

Bonaventure Soh Bejeng Ndikung é curador, autor e biotecnologista, atualmente atuando como diretor e curador geral do Haus der Kulturen der Welt (HKW) em Berlim, Alemanha. Ele é fundador e ex-diretor artístico do SAVVY Contemporary em Berlim, além de diretor artístico do sonsbeek20->24, uma exposição de arte contemporânea quadrienal em Arnhem, nos Países Baixos e foi escolhido como curador da 36ª Bienal de São Paulo, a ser realizada em 2025. Ele também trabalhou como curador adjunto para a documenta 14, em 2017, e foi curador convidado da Dak’Art: Bienal de Arte Contemporânea Africana em Dakar, Senegal, em 2018. Ndikung foi professor convidado em estudos curatoriais e arte sonora na Städelschule em Frankfurt, e atualmente é professor e chefe do corpo docente no programa de mestrado em estratégias espaciais na weißensee academy of art berlin. Suas obras publicadas incluem, entre outras, The Delusions of Care (2021), An Ongoing-Offcoming Tale: Ruminations on Art, Culture, Politics and Us/Others (2022) e Pidginization as Curatorial Method (2023).

André Leal, UFRJ

Pesquisador em artes visuais, atualmente desenvolvendo pesquisa de pós-doutorado junto ao PPGAV / EBA / UFRJ com temática voltada para a relação da produção artística contemporânea e a emergência climática. É co-editor da revista Arte & Ensaios e também atua como curador e crítico independente. Em 2023 realizou residência artística na École des Hautes Études en Sciences Sociales em Paris, pelo programa CRESS (Création recherche en sciences sociales). Também já traduziu textos de autores como Lucy Lippard, Fred Moten e Stefano Harney, Gerardo Mosquera e T. J. Demos, entre outros.

Natália Quinderé

Natália Quinderé faz curadorias, pesquisa e escreve sobre arte e seus arredores. Organiza um grupo de performance, chamado Seis gentes dançam no museu, desde 2021. Trabalhou como editora executiva da revista Arte & Ensaios e, atualmente, alimenta uma plataforma chamada teteia (teteia.org). teteia é um projeto experimental de arte e política; mistura de arquivo, exposição e revista, editado ao lado de Luana Aguiar e artistas convidadas. Atrelado a seu trabalho de edição, traduziu ensaios de Hito Steyerl, Chantal Mouffe, Oksana Bulgakova, etc.

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Publicado

2024-12-17

Como Citar

Soh Bejeng Ndikung, B., Leal, A., & Quinderé, N. (2024). Aqueles que estão mortos não se foram para sempre: Da manutenção da supremacia, o museu etnológico e as complexidades do Fórum Humboldt. Revista Concinnitas, 25(48). https://doi.org/10.12957/concinnitas.2024.85962