Terras devolutas e instituições fundiárias fluminenses (1890–2020)

uma história de descontinuidades

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/cdf.2025.89523

Palavras-chave:

terras devolutas; neoinstitucionalismo; história fundiária.

Resumo

Tratamos sobre as instituições do Estado do Rio de Janeiro que tentaram identificar terras devolutas desde fins do século XIX. Constatamos grande descontinuidade administrativa, o que impediu a consolidação dum campo profissional específico. Concluímos que, menos que ineficiência burocrática, como proporiam os autores neoinstitucionalistas, as vicissitudes das instituições fundiárias fluminenses estiveram muito mais atreladas a uma contradição entre projetos dentro do âmbito das elites: o controle do território pelo Estado e os interesses dos latifundiários, cujo meio privilegiado de apropriação da terra é a violência. O propósito último da discussão é contribuir para a construção dum modelo sócio-histórico totalizante da dinâmica fundiária no Rio de Janeiro dos séculos XX e XXI.

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Biografia do Autor

Álvaro Mendes Ferreira, Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio de Janeiro (Iterj)

Historiador / Analista de Desenvolvimento Agrário do Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio de Janeiro (Iterj). Doutor em História pela Universidade Federal Fluminense (Uff). Mestre e bacharel em História pela Uff. Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Uni-Rio). Integra o INCT Proprietas.

Referências

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Publicado

2025-06-16

Como Citar

FERREIRA, Álvaro Mendes. Terras devolutas e instituições fundiárias fluminenses (1890–2020): uma história de descontinuidades. Cadernos do Desenvolvimento Fluminense, Rio de Janeiro, n. 29, 2025. DOI: 10.12957/cdf.2025.89523. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/cdf/article/view/89523. Acesso em: 23 jun. 2025.

Edição

Seção

Estudos sobre o Rio de Janeiro (I SEERJ e III SEF)