Tecendo memórias decoloniais sobre Nova Friburgo
disputa histórica à luz do direito à cidade
DOI:
https://doi.org/10.12957/cdf.2025.89489Palavras-chave:
Colonialidade do poderResumo
Em um contexto de tendência de descrença no futuro, em que a lógica de produção do espaço urbano está subordinada ao valor de troca, típico da lógica capitalista, e não ao valor de uso no sentido do direito à cidade lefevriano, a presente pesquisa explicita a disputa de narrativas históricas sobre Nova Friburgo. A investigação está inserida em uma proposição metodológica crítico-decolonial e interdisciplinar que se apoia fundamentalmente em fontes documentais, em revisão bibliográfica da história local, além de informações da mídia. A partir da abordagem decolonial de Anibal Quijano trabalha com a hipótese de que a construção do mito da “Suíça brasileira” é uma “tradição inventada” que se perpetua e se renova nos tempos atuais. O estudo a importância da reordenação da história da cidade como forma de decolonizar a memória dos dominados para a abertura de um campo de possibilidades para a produção instituinte do direito à cidade.
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