A Petrobras e o Estado do Rio de Janeiro na rota da transição energética global
DOI:
https://doi.org/10.12957/cdf.2024.83840Resumo
As mudanças climáticas tomaram conta do debate mundial nos últimos anos, e com isso, a transição energética ganhou relevância na agenda de empresas, governos e instituições. O Rio de Janeiro, sendo o estado brasileiro que mais produz petróleo, encontra-se na rota das estratégias que atingem diretamente a indústria petrolifera, principalmente, a partir da lógica da descarbonização e pelos imperativos do capitalismo verde. Os efeitos da transição energética com vistas à redução da queima de combustíveis fósseis, podem ser diversos à depender da forma que o processo transitório será conduzido. Este artigo, a partir de uma revisão bibliográfica e de pesquisa exploratória, busca apresentar possíveis impactos da transição energética global na economia fluminense, tendo como foco a atuação da Petróleo Brasileira S.A, maior estatal brasileira que tem concentrado ações e investimentos na região sudeste do Brasil. Veremos que a transição energética capitaneada pelo capitalismo verde, principalmente a partir das energias dita renováveis podem trazer impactos negativos para a sociedade fluminense, ao passo que poderá perpetuar possíveis sacrifícios ambientais da indústria do petroleo. Ao mesmo tempo, ao deter uma ampla infraestrutura consolidada da indústria do petroleo, o Rio de Janeiro pode sair na vanguarda de uma transição energética justa no Brasil e a Petrobras tem papel central no processo.
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