Abordagem cienciométrica para o estudo de mamíferos da Mata Atlântica com o uso de armadilhas fotográficas

tendências, lacunas e colaborações científicas

Resumo

     A Mata Atlântica, considerada um dos principais hotspots de biodiversidade, enfrenta intensas pressões antrópicas que comprometem a conservação de sua fauna de mamíferos. Nesse contexto, armadilhas fotográficas tornaram-se ferramentas fundamentais por aliarem eficiência amostral e baixo impacto ambiental. Este estudo apresenta uma análise cienciométrica da produção científica sobre o uso dessa metodologia em mamíferos da Mata Atlântica entre 2010 e 2025. Foram consultadas as bases Scopus e Web of Science, selecionando artigos revisados por pares que utilizaram armadilhas fotográficas como método principal. Dados bibliométricos, metodológicos e de colaboração científica foram extraídos e processados com o pacote bibliometrix no R, e simulações de Monte Carlo para avaliar padrões temporais de publicação. Identificou-se 43 artigos, envolvendo 484 autores e publicados em 21 periódicos. Predominaram estudos focados em mamíferos terrestres de médio e grande porte, com destaque para picos de publicações em 2021–2022. A maior parte concentrou-se em periódicos de impacto moderado, como Oecologia Australis e Check List, e em pesquisas no Sudeste, sobretudo em Unidades de Conservação. Os resultados apontam lacunas quanto à cobertura espacial e temática das pesquisas, reforçando a necessidade de ampliar investigações em áreas privadas e RPPNs e consolidar o papel das armadilhas fotográficas na conservação da mastofauna.