Design, utilidade e subjetividade
Reflexões sobre consensos possívels
DOI:
https://doi.org/10.12957/arcosdesign.2024.80619Palavras-chave:
design, arte, sentido, subjetividadeResumo
O presente artigo reflete sobre design, sua relação com expressões da arte, e as intrínsecas noções de utilidade e sentido, em deslocamento às ideias corriqueiras de decoração e funcionalidade. Na contemporaneidade, tais noções padecem de uma redução semântica que as limita a propósitos convencionados como práticos e econômicos, vinculados a uma previsível linha do tempo de começo/compra, meio/utilização e fim/descarte. Tais ideias não somente encarceram a natureza essencial de articulação e transdisciplinaridade do design, como passam ao largo de qualquer relação com a construção de subjetividades, estabelecendo um cenário de sacrifício do sensível em favor do lucro. Neste sentido, seria refletir sobre o ‘inútil’ que existe no ‘útil’, e vice-versa: um design revisitado, distraído, artístico, que serve à subjetividade, que nos provoca os sentidos, nos permite tempo de desaceleração, em um momento em que é urgente repensar sobre o que nos cerca e nos afeta, como uma reconstrução da vida coletiva.
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