“O ASSALTO”, DE MIA COUTO: FICÇÃO INSÓLITA DE CRIME E MISTÉRIO
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Resumo
Em “O assalto”, de Mia Couto, há uma apropriação de protocolos ficcionais próprios às narrativas de crime e mistério, aproximando-se do grotesco e do fantástico, levando o texto ao insólito ficcional ou a um quadro, teórico e conceitual mais amplo do fantástico. A narrativa de Mia Couto começa aproximando-se da tradição dos gêneros em que o medo e o enigma se fazem presentes, no entanto, durante o percurso, não é fiel aos procedimentos discursivos desses gêneros. Fugindo à tradição, a efabulação rompe com as expectativas e leva a história aos limites do grotesco e do fantástico, imprimindo uma revisão de valores do quotidiano contemporâneo. Isso faz repensar questões acerca dos mais velhos, os ancestrais, personagens relevantes da cultura africana, altamente respeitados na obra de Mia Couto. Este não é o caso, então, de ficção policialesca, porque não possui detetives ou investigações. Há o presságio de um crime que funciona como leitmotiv da trama. Por fim, o desfecho do relato torna-se inesperado, lidando com reflexões sobre a Humanidade.
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