“Descolonizar o nosso corpo”: ginecologia natural e a produção de conhecimento sobre corpo, sexualidade e processos reprodutivos femininos no Brasil

Autores

Palavras-chave:

ginecologia natural, corpo, natureza, medicalização, gênero.

Resumo

Recentemente, popularizaram-se grupos de mulheres na internet e em encontros presenciais com o objetivo de compartilhar informações sobre sexualidade, reprodução, corpo feminino e seus processos de tratamento e cura. Esse ideário, em geral intitulado de “Ginecologia Natural”, parte da crítica à medicalização – que teria retirado das mulheres a autonomia sobre si, mantendo-as suscetíveis ao controle sobre seus corpos. Assim, os grupos valorizam aspectos associados ao feminino, mantendo inquestionado, contudo, o primado da diferença entre os gêneros e a noção de uma “natureza feminina” ancorada em um corpo biológico. A partir de uma pesquisa documental de manuais e materiais de referência sobre Ginecologia Natural coletados em dois grupos, este artigo reflete acerca da relação entre os movimentos de mulheres e o ideário da Ginecologia Natural, analisando as concepções sobre corpo, processos reprodutivos, e sexualidade femininos do ideário.

Biografia do Autor

Roberta Siqueira Mocaiber Dieguez, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Mestre em Saúde Coletiva pelo Instituto de Estudos de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Fernanda de Carvalho Vecchi Alzuguir, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Professora adjunta do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IESC/UFRJ).

Marina Fisher Nucci, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Doutora (2015) em Saúde Coletiva pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS/ UERJ)

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Publicado

2021-11-22

Edição

Seção

Artigos