O parentesco transviado, exemplo Guna (Panamá)

Autores

  • Diego Madi Dias Universidade de Lisboa

Palavras-chave:

amizade, terminologia de parentesco, estudos "transviados" (queer), pragmatismo, Guna (Kuna)

Resumo

Com base em uma etnografia realizada entre os Guna (Kuna), população ameríndia que habita a costa atlântica do Panamá, este artigo tem por objetivo refletir sobre parentesco e relacionalidade a partir de sua práxis terminológica. A análise recai sobre os usos do idioma do parentesco por pessoas que afirmam uma subjetividade em desacordo com o gênero atribuído no momento do nascimento (omeggid, categoria local traduzida por "parece mulher"). Considerando as apelações na geração de Ego (G0), especialmente aquelas que remetem à consanguinidade (irmão/sussu; irmã/iolo), o artigo demonstra que a terminologia de parentesco permite conjugar estrutura e estratégia. Chamando alguém por sussu ou iolo, as omeggids produzem para si um lugar de gênero feminino; ao mesmo tempo, em detrimento da troca matrimonial ou aliança, afirmam um "modo de vida" estruturado por relações de amizade.

Biografia do Autor

Diego Madi Dias, Universidade de Lisboa

Instituto de Ciências Sociais

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Publicado

2018-08-31

Edição

Seção

Artigos