Bolsocuck e cornoservadores: Linguagem da masculinidade viril e luta política na “Casa dos Homens” da extrema-direita brasileira
Palavras-chave:
Bolsonarismo, extrema-direita, misoginia, sociologia digital, virilidade.Resumo
Partindo do debate acumulado sobre modos de construção agonística da masculinidade nos quais o feminino é o marcador da posição subalterna que assombra a masculinidade, eu investigo nesse artigo a relação entre radicalização à extrema-direita e performances de virilidade misógina e homofóbica em redes de homens nas plataformas Twitter e Facebook. Estas redes são constituídas por homens e suas perfomances tem como alvo homens rivais no interior delas. Nesta articulação, ganha destaque a ideia de guerra e a referência constante aos militares, tanto como corpo institucional quanto como metáfora. Os agentes estudados estão envolvidos em um esforço contínuo de mobilização política mas não formam um todo homogêneo, ou mesmo, simplesmente segmentado. Ao contrário, as divisões e as críticas entre grupos e indivíduos são uma característica constante da mobilização política de um modo geral, ainda que se torne mais evidente e presente nas dinâmicas políticas digitais, e a extrema-direita não é exceção a essa regra. Ao longo do artigo, destacarei o papel estruturante de linguagem sexualizada por meio da qual estes agentes operam a mobilização e a crítica dirigidas ao seu próprio campo político. Concluirei, mostrando que entender a reconfiguração da virilidade como ferramenta política na Internet exige dar conta da afinidade eletiva entre a mobilização política de extrema-direita e ação conectiva misógina. E a chave dessa afinidade eletiva é tanto um ideal quanto uma dada experiência vivida de construção de masculinidade.
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