EM OUTRA VOZ: práticas e tecnologias biomédicas de generificação

Autores

Palavras-chave:

voz, gênero, sexualidade, práticas biomédicas

Resumo

Neste artigo, buscamos refletir sobre a produção da voz de pessoas transexuais e travestis por práticas e tecnologias biomédicas de generificação. Durante dois anos, realizamos pesquisa etnográfica, por meio de observação participante, entrevistas e acompanhamento cotidiano no Ambulatório Trans da Universidade Federal de São Paulo. Timbres de voz evocam corpos que tendem a ser imaginados por quem os ouve como masculinos ou femininos. Uma pessoa que não vocaliza de forma a confirmar essa linearidade pode ter o gênero colocado sob dúvida. As pessoas que cruzam essa linearidade buscam atuar sobre a voz, estabelecendo, para tal, complexas negociações com profissionais de saúde e serviços de saúde. A nova voz surge dessas negociações, nos encontros entre hormônios e práticas de fonoaudiologia.

Biografia do Autor

Lúcio Costa Girotto, Universidade Federal de São Paulo

Mestre em ciências pelo programa de pós graduação em Saúde Coletiva Universidade Federal de São Paulo, campus São Paulo (UNIFESP), na área de Ciências Humanas e Sociais em Saúde. Doutorando na Pós-Graduação de Saúde Coletiva, UNIFESP. Possui bacharelado em Psicologia pela Universidade Federal de São Paulo, campus Baixada Santista (UNIFESP-BS)

Flavia do Bonsucesso Teixeira, Universidade Federal de Uberlândia

Mestrado em Educação pela Universidade Federal de Uberlândia (2000), Doutorado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas (2009), pós-doutorado pela Università degli Studi di Milano (IT) (2009-2010). Atualmente é Professora Associada da Universidade Federal de Uberlândia lotada no curso de Medicina (Departamento de Saúde Coletiva) e Docente do Programa de Pós-graduação em Saúde da Família.

Stélio Marras, Universidade de São Paulo

Professor e pesquisador em antropologia do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da Universidade de São Paulo (USP). Bacharel em Ciências Sociais, mestre e doutor em antropologia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Orienta pesquisas pelo Programa de Pós-Graduação "Culturas e Identidades Brasileiras" do IEB/USP, pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da FFLCH/USP, e, como Professor Colaborador, pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do IFCH/Unicamp. Atua principalmente em Antropologia da Ciência e da Tecnologia, Antropologia da Natureza e da Modernidade, Estudos Pós-Disciplinares em Multiespécies e Cosmopolíticas, Antropologia e Meio Ambiente, Antropologia do Antropoceno, Teoria antropológica. É co-coordenador do LAPOD (Laboratório Pós-Disciplinar de Estudos - IEB/LaBieb/USP) e pesquisador do Centro de Estudos Ameríndios (CESTA-USP)

Richard Miskolci, Universidade Federal de São Paulo

Professor Associado de Sociologia do Departamento de Medicina Preventiva da UNIFESP, onde coordena a área de Ciências Sociais e Humanas em Saúde. Também é Pesquisador do CNPq e coordenador do Quereres - Núcleo de Pesquisa em Diferenças, Direitos Humanos e Saúde. É docente do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (UNIFESP).

Pedro Paulo Gomes Pereira, Universidade Federal de São Paulo

Livre Docente pela Universidade Federal de São Paulo (2013). Professor Associado da Universidade Federal de São Paulo. Professor do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal de São Paulo. Coordenador do Quereres - Núcleo de Pesquisa em Diferenças, Direitos Humanos e Saúde. Possui Mestrado em Antropologia pela Universidade de Brasília (1996), Doutorado em Antropologia pela Universidade de Brasília (2001) e Pós-doutoramento na Universidade de Barcelona (2001-2002). Foi pesquisador visitante pós-doc na Universidade de Barcelona. Bolsista da Fundación Carolina para realizar pesquisa na Espanha, Universidad Rovira y Virgili.

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Publicado

2023-08-30

Edição

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Artigos