Do que é feita a objeção? Narrativas de objetores de consciência em serviços de aborto legal na Argentina, Uruguai e Colômbia

Autores

Palavras-chave:

objeção de consciência, narrativas médicas, aborto legal, Argentina, Uruguai, Colômbia

Resumo

Este artigo examina o fenômeno da objeção de consciência (OC) nos serviços de
aborto legal na Argentina, Uruguai e Colômbia. Com base nas narrativas obtidas por meio de entrevistas, a análise se distancia daquelas focadas na diferenciação entre OC e barreiras ao serviço, ou na interrogação sobre a verdade ou validade das razões para a objeção. Partindo do fato de que, em poucos casos, os objetores conhecem as definições legais da OC, procura-se compreender os significados que as/os entrevistadas/os lhe atribuíram e a partir dos quais organizam a sua prática médica e justificam a sua recusa em prestar serviços de aborto. Em todos os três países, os/as entrevistados/as se opuseram principalmente a que as mulheres decidissem
por si mesmas quais gravidezes interromper, como e quando o fazem. Os discursos
contingentes através dos quais os/as médicos/as constroem as racionalidades da sua OC são feitos, sobretudo, através de um apego inquestionável ao controle dos corpos capazes de gestação; e de compreensões médico-sociais das mulheres como inexoravelmente mães, máquinas de reprodução ou suportes vitais dos fetos.

Biografia do Autor

Sonia Serna, Investigadora independiente

Antropóloga de la Universidad de Antioquia con Maestría en Estudios Culturales de la Universidad Javeriana, Colombia.

Roosbelinda Cárdenas, Hampshire College, Amherst

Doctora en Antropología de la Universidad de California, Santa Cruz

Nina Zamberlin, Federación Internacional de Planificación Familiar, Región Hemisferio Occidental

Bachelor of Arts en Estudios Internacionales y Sociología en Hamline University, St. Paul, Minnesota, Estados Unidos. 

Publicado

2019-12-25

Edição

Seção

Artigos