A sequência descontinuada de liberdades e os indivíduos isolados por sua subjetividade: uma humanidade em Simone de Beauvoir?

Autores/as

  • Lucas Joaquim da Motta Universidade Federal de São Carlos

DOI:

https://doi.org/10.12957/ek.2023.77643

Resumen

Este artigo discute o modo pelo qual Simone de Beauvoir considera, em Pirro e Cinéias (1944), que a humanidade é uma sequência descontínua de pessoas livres isoladas por sua subjetividade em oposição à ideia de uma Humanidade, na qual esta seria apenas um conjunto coletivo de indivíduos, uma coletividade vista “de fora”. Quer dizer, Beauvoir recusa essa associação do conjunto de seres humanos para tomá-los em sua singularidade, em sua presença finita de carne e osso, pois, levando em conta sua perspectiva – a do existencialismo – o que se tem é que: em primeiro lugar, não existe entre os existentes nenhuma harmonia preestabelecida, nenhum devir que concilia todas as pessoas em uma única esfera sistemática e fechada que seria tomada como essa Humanidade, afinal, agir a favor de certas pessoas é, ao mesmo, lutar contra outras; e em segundo, que o que interessa de fato à noção de humanidade em Beauvoir é que a mesma deve estar relacionada com as situações individuais e vividas por cada subjetividade, à medida que essas situações, realizadas através de projetos rumo a fins singulares, corresponde à forma particular de um indivíduo agir de acordo com sua presença situada.

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Biografía del autor/a

Lucas Joaquim da Motta, Universidade Federal de São Carlos

Mestrando em Filosofia pelo Departamento de Filosofia da Universidade Federal de São Carlos

Citas

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Publicado

2024-12-01

Cómo citar

DA MOTTA, Lucas Joaquim. A sequência descontinuada de liberdades e os indivíduos isolados por sua subjetividade: uma humanidade em Simone de Beauvoir?. Ekstasis: Revista de Hermenêutica e Fenomenologia, Rio de Janeiro, v. 12, n. 2, p. 301–317, 2024. DOI: 10.12957/ek.2023.77643. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/Ekstasis/article/view/77643. Acesso em: 27 jul. 2025.