Os Retirantes de Portinari: uma estética da miséria, da fome e da morte
DOI:
https://doi.org/10.12957/ek.2023.66801Palabras clave:
Os Retirantes de Portinari, Filosofia, Literatura, EducaçãoResumen
O presente artigo intitulado Os Retirantes de Portinari: uma estética da miséria, da fome e da morte é uma intepretação fundamentada na filosofia de Merleau-Ponty, na literatura e na educação, tendo como método a descrição fenomenológica. O objetivo é a experiência sensível como uma educação do olhar sobre a obra de arte. Nesse sentido, convido o leitor, por meio da linguagem sensível, para entrar através da escrita em alguns quadros de Portinari e perceber o êxodo, a miséria, a fome e a morte, revelando a estética assustadora dos corpos esquálidos dos sertanejos. Através de uma escrita poética e interdisciplinar, narro à jornada do desespero na extrema metafísica dos corpos expressivos dos sertanejos, nos quais, uma ontologia da vida revela-se na tragédia da fome, diante da ameaça da morte. Nessa perspectiva, o sofrimento e a morte são transubstanciados nas cores e nos desenhos dos quadros do Portinari. Como resultado, o compreendo as causas do êxodo, não é apenas por questões climáticas, mas a opressão do latifúndio e o descaso dos governos, nos séculos passados.