Leituras (Eco)Fenomenológicas da Crise Climática
DOI:
https://doi.org/10.12957/ek.2024.89240Resumen
Diante do constante processo de degradação ambiental e intensificação dos fenômenos climáticos extremos, é fundamental refletir sobre os fundamentos ontológicos, existenciais e fenomenológicos da crise climática, repensando nossas atitudes cotidianas como ser-no-mundo e buscando encontrar caminhos sustentáveis de coexistência harmoniosa com a natureza. Este artigo se propõe a explorar uma leitura ecofenomenológica da crise climática, fundamentada na fenomenologia hermenêutica de Martin Heidegger e nos saberes dos Povos Originários da Terra (povos indígenas), ressaltando elementos pertinentes para uma fundamentação eco-ontológica da crise climática enquanto situação-limite do adoecimento da Terra, articulando uma compreensão da inter-relação entre o adoecimento humano e a desertificação do planeta. A partir de uma leitura ecofenomenológica, enquanto modo específico de se pensar como a presença humana participa da natureza da qual faz parte, buscou-se explorar como os saberes dos Povos Originários possibilitam a realização de uma compreensão holística deste processo de adoecimento coletivo. O artigo também aborda como os marcadores sociais da diferença afetam a experiência dos indivíduos e suas possibilidades de existência, e inspirado por Heidegger, se propõe um habitar poeticamente a Terra, valorizando a contemplação e a reverência à natureza, desafiando o antropocentrismo e a tecnocracia, como caminho de promoção de sustentabilidade e cuidado ambiental.