Do nada de L'Imaginaire ao nada de Drôle de Guerre: o inverso da fenomenologia
DOI:
https://doi.org/10.12957/ek.2018.35042Resumo
Este artigo pretende restituir o itinerário ou a “pré-história” do conceito de Nada na filosofia de Sartre; para tanto, utilizaremos aqui L’Imaginaire (1940) e Carnets de la Drôle de Guerre (1938/1940). A partir dessas duas obras, seremos capazes de realizar, digamos assim, uma taxonomia do nada: ver-se-á que este conceito irrompe, primeiramente, como possibilidade que possui a consciência imaginante de operar um recuo nadificador em relação à totalidade do real (n’outras palavras, possibilidade de postular um estado irreal de coisas); depois, nos Carnets (sobretudo os últimos), o nada será identificado ao próprio ser da consciência perceptiva para, finalmente na obra dos anos 1943, aparecer como “operador ontofenomenológico” por excelência da consciência, isto é, como expediente capaz de instituir a abertura (intencional) da consciência ao mundo.