PLANOS DE URBANIZAÇÃO TURÍSTICA PARA CABO FRIO NOS ANOS DE 1940 E 1950
DOI:
https://doi.org/10.12957/transversos.2023.75204Palavras-chave:
Turismo, Cabo Frio, Planos de urbanização turísticaResumo
O presente artigo faz uma análise dos dois primeiros projetos de urbanização turística formulados para Cabo Frio entre as décadas de 1940 e 1950. Os projetos aqui discutidos caracterizam-se por apresentarem aspectos que divergem sensivelmente do modo como as políticas públicas para o turismo foram implementadas na cidade, bem como a forma pela qual se deu a urbanização do município, principalmente em sua área central. Não obstante o fato de tais projetos não terem sido implantados, eles representam um conjunto de ideias que precisa ser analisado e entendido. Nosso objetivo é avaliar as transformações socioespaciais propostas pelos planos de urbanização em oposição àquelas que foram, de fato, implementadas, de modo a deixar claro o papel desempenhado pelas diferentes forças políticas e econômicas presentes ao longo do período analisado, possibilitando, assim, entender as escolhas que resultaram nos aspectos implementados de modo a identificar e compreender o projeto de cidade e, por consequência, de sociedade que daí emergiu. Embora o turismo em Cabo Frio passe a ter maior importância a partir da década de 1970, sua gênese se encontra nos anos 1940 e coincide com o momento de surgimento do primeiro grande projeto de urbanização para a cidade. Nos amparamos metodologicamente nos estudos realizados por Lefebvre acerca da importância da descrição empírica antes de qualquer teorização. As principais fontes utilizadas para discutir o processo de transformação no qual se insere a atividade turística em Cabo Frio, além dos planos de urbanização, são as Atas da Câmara Municipal, depositados no Arquivo Público da Câmara Municipal da cidade de Cabo Frio, além de uma série de periódicos veiculados ao longo do período. Os dois grandes projetos aqui analisados são o dos irmãos Coimbra Bueno (década de 1940), secundado pelo dos irmãos Roberto, já na década de 1950. Ambos ocorreram em um período em que o turismo ainda não tinha grande importância econômica para a cidade nem havia começado a ser tratado como política pública. O primeiro propunha essencialmente o uso turístico da cidade, enquanto o segundo, ainda que o turismo fosse seu objeto principal, tinha uma preocupação com outros aspectos, como educação, saúde e agricultura.
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