Textos Escolhidos de Cultura e Arte Populares,
v. 10. n. 1, mai. 2013
Adedoyin Teriba (Universidade de
Princeton/EUA) Tradução para o português: Bárbara
Lima Revisão técnica: Roberto Conduru
Este
artigo estuda como a arquitetura de um grupo de afro-brasileiros retornados ao
Golfo do Benim, na virada do século XX, consolida um conjunto de fatores
que caracterizaram o seu retorno à África. Primeiro, foi como os
afro-brasileiros retornados remodelaram suas identidades sociais. Em segundo,
como a arquitetura encarna suas filiações simultâneas a
diferentes religiões. Em terceiro lugar era como suas
concepções de beleza reforçaram as suas novas identidades
sociais e múltiplas filiações religiosas.
ARQUITETURA AFRO-BRASILEIRA;
GOLFO DO BENIM; SÉCULO XIX ; SÉCULO XX.
Adedoyin Teriba
(Princeton University/USA)
This article studies how the
architecture of a group of Afro-Brazilian
returnees to the Bight of
Benin at the turn of the
20th century was an embodiment of
a constellation of factors that were
characteristic of their return. First
was how the
Afro-Brazilians’ returnees
re-shaped their social identities. Second was how the
architecture embodied their simultaneous affiliations to different religions. Third was how
their re-conceptions of beauty reinforced
their new social identities
and multiple religious affiliations.
AFRO-BRAZILIAN ARCHITECTURE;
BIGHT OF BENIN; XIX CENTURY; XX CENTURY.
O comércio
transatlântico de escravos acelerou a troca comercial de objetos e
pessoas entre as Américas, Europa e o Golfo de Benim entre os
séculos XV e XIX. De 1830 em diante, famílias de escravos
libertos e expulsos voltaram de navio para o Golfo de Benim e seus arredores,
tornando-se funcionários públicos e comerciantes ambulantes nas
emergentes colônias europeias. Chegaram do Brasil, Cuba, Santa Helena,
Estados Unidos da América, Reino Unido, Jamaica, França, Trinidad
e Tobago e Antígua, e constituíram pequena porcentagem da
população em seus locais de destino. Em 1861, por exemplo, a
colônia britânica de Lagos tinha 2.500 imigrantes em uma
população total que excedia 30.000 pessoas (brown, 1964, p. 37). Os nativos do Golfo de Benim os
nomearam com palavras recorrentes ouvidas por acaso nas conversas dos
próprios imigrantes: aguda, amaro, nagô, saro, aku
e ta bom.1
Os imigrantes afro-brasileiros
perceberam que as formas arquitetônicas tinham que ter integridade,
proporção e clareza, ideias estéticas que influenciaram o design
de casas e igrejas durante séculos no Brasil. A Catedral de Santa Cruz,
a Mesquita Shitta Bey, o
Mausoléu do Chefe Taiwo Olowo,
a Mesquita Central e a Casa Ebun em Lagos
(construídos em 1881, 1894, 1901 e as duas últimas em 1913,
respectivamente), bem como a Grande Mesquita em Porto-Novo (Figura 1) e a
Mesquita Abomey, ambas construídas em 1913,
são exemplos desse ideal.
Entre 1843 e 1856 o
sultão otomano Abdulmecid encomendou duas
mesquitas neobarrocas em Constantinopla: a Mesquita Ortakoy
e a Mesquita Kucuk Mecidiye.
Seu neto, o sultão Abdul Hamid II, mais tarde
agraciou Mohammed Shitta, financiador da Mesquita Bey Shitta em Lagos, com o
título árabe honorífico “Bey”
e uma medalha da Ordem Terceira do Medjidiye por
construir o que um jornal local chamou “o melhor exemplo de arquitetura
eclesiástica na África ocidental”.2
A medalha era o mais alto título honorífico que o
sultão poderia conceder a um civil no Império Otomano. A
comunidade muçulmana de Lagos havia informado ao sultão Abdul Hamid II sobre a mesquita vários meses antes de sua
conclusão, e ele enviou a medalha por intermédio de William
Abdullah Quilliam, seu conselheiro nas Ilhas
Britânicas, que discursou na cerimônia de inauguração
da mesquita (singleton, 2009, p. 381; euba, 1972-1974, p. 13). A Mesquita Shitta
Bey e a Mesquita Central em Lagos, bem como a Grande
Mesquita e a Mesquita Abomey, em Porto-Novo e Abomey, respectivamente, mostram que as mesquitas
neobarrocas existiam em áreas além de Constantinopla, no
século XIX e início do XX. Igualmente fascinante é a
perspectiva de que as formas arquitetônicas dessas mesquitas no Golfo de
Benim surgiram de correspondência constante entre o Sultanato de
Constantinopla e comunidades muçulmanas no Golfo de Benim. Isso, no
entanto, não explica o emprego, por parte dos imigrantes
afro-brasileiros, de uma linguagem arquitetônica intimamente ligada
à arquitetura islâmica eclesiástica, e se faz necessário
especular por que isso ocorreu. Em primeiro lugar, os construtores imigrantes
afro-brasileiros criaram uma arquitetura que ressaltava sua
formação artesanal, adquirida de várias formas no Brasil.
Alguns eram ex-escravos que haviam trabalhado nas
missões jesuíticas (menezes,
1988, p. 25), apesar de sua prática secreta do islamismo e de
religiões autóctones, mesmo após sua
recepção na Igreja católica. A exposição dos
escravos a elementos expressivos da fé católica em
procissões, missas e batismos pode justificar em parte a
utilização de elementos de ritual cristão em suas
mesquitas. Em segundo lugar, essa apropriação era parte de uma
grande liberdade artística que caracterizou a cultura visual
cristã, islâmica e do candomblé dos afro-brasileiros, que
se apropriaram de elementos uns dos outros. Consequentemente, os
afro-brasileiros que praticaram essas religiões simultaneamente
favoreceram certos dogmas de uma das religiões em detrimento de outros.3
Martiniano do Bonfim, natural
de Salvador, cujos pais foram levados como escravos do sudoeste da Nigéria, era carpinteiro e ajudou a construir a Catedral de Santa
Cruz, em Lagos, já mencionada (turner, 1942,
p. 59-61;4 matory, 2005, p. 46-63). Era
também adivinho e introduziu inovações litúrgicas
nas cerimônias de candomblé em muitos templos em Salvador e talvez
tenha construído outro em Ilaro,
cidade perto de Lagos. O artesão muçulmano Manoel Friandes construiu vários edifícios para as
autoridades católicas, incluindo uma igreja na Lapinha, em Salvador, na
década de 1860. Decorou as paredes da nave com arcos
“árabes” e uma inscrição em árabe
significando “Eis que Este é o Milagre de Deus e esta é a
Porta do Céu” (gomez,
2005, p. 127). Assim, as atividades de Bonfim e Friandes
são exemplos concretos do intercâmbio transcultural que
personificava a arte das três religiões mais populares praticadas
pelos afro-brasileiros.
Nem todos os construtores
imigrantes, no entanto, haviam sido escravos. Alguns, como Aleijadinho,
escultor e arquiteto mulato brasileiro do século XVIII, eram filhos de
antigos escravos que aprenderam ofícios com os pais. Além disso,
arquitetos portugueses no Brasil asseguraram a seus filhos mulatos o ensino
privado do conhecimento de escultura e arquitetura. A Missão
Jesuítica do Colégio Santo Alexandre, no Estado do Pará,
no Brasil, treinou muitos escravos que ensinaram a outros afro-brasileiros
livres em áreas urbanas ao longo dos séculos XVIII e XIX (menezes, 1988). Outros
artesãos foram alunos de escolas de artesanato que surgiram no Brasil no
século XIX. A Escola de Arte e Artesanato da Bahia, inaugurada em
Salvador em 1872, ofereceu aulas noturnas gratuitas destinadas a criar uma
força de trabalho para construção, composta de
indivíduos livres que aos poucos pudesse substituir o trabalho manual do
escravo soteropolitano. Graduar-se em uma instituição desse porte
pode ter elevado psicologicamente os afro-brasileiros que tinham pouco acesso a
oportunidades econômicas em uma época que só lenta e
tardiamente viu, de fato, a abolição da escravatura (hawthorne, 2010). Em Salvador, esses artesãos
nascidos livres se reuniram em associações denominadas Cantos,
que se encontravam em esquinas e compravam projetos de
construção, posteriormente distribuídos entre seus membros
(reis, 1993, p. 164).
Muitos afro-brasileiros
migraram para as periferias das cidades no Brasil e no Golfo de Benim, na
África Ocidental, em parte devido às escassas oportunidades
econômicas nos centros urbanos. O governo brasileiro também
expulsou os instigadores dos tumultos que assolaram a cidade de Salvador ao
longo do século XIX, enviando-os para o Golfo de Benim, particularmente
depois da revolta dos Malé, em 1835 (verger, 1968).5
Os artesãos imigrantes
afro-brasileiros estabeleceram rapidamente reputação como o grupo
de artesãos mais qualificado em todo o Golfo de Benim e seus arredores,
e criaram uma arquitetura que reforçava essa posição no
Golfo. Eles também queriam que os edifícios afirmassem a
superioridade moral e intelectual do grupo sobre os profissionais locais.
Mesquitas, igrejas, mausoléus, templos de orixás, palácios
e casas (figuras 2 a 4) eram feitos de terra, pedra e tijolo, revestidos com
azulejos de cerâmica e tinham disposição clássica
idiossincrática, padrões florais em baixo-relevo, esculturas
heráldicas, bem como a estrela de davi
e a lua crescente islâmica.6 A realeza, os sacerdotes das
religiões locais e os leigos nas cidades nigerianas de Badagry, Oshogbo e Ekiti construíram arquitetura semelhante nas
décadas subsequentes, introduzindo novos elementos e descartando outros.
Os novos elementos foram sacadas, balaustradas e muros muito decorados, bem
como esculturas heráldicas abstratas.
A arquitetura dos imigrantes
afro-brasileiros e das gerações subsequentes no Golfo de Benim
revelou gradual transformação dos critérios de beleza que
refletiam suas identidades em processo. Essa metamorfose foi baseada na
crença de que a arquitetura era capaz de comunicar que os imigrantes
eram, em suas palavras, mais bonitos do que a população local.
Beleza, aos olhos dos imigrantes afro-brasileiros, dos monarcas locais, dos
chefes e dos comerciantes, era conceito que conjugava
ideais estéticos e políticos, e ajudou a unir o que, aos olhos
dos nativos, constituía comunidades diferentes. Esse grupo variado de
pessoas implantou certos elementos arquitetônicos para colonizar informalmente
a população local descrevendo o impacto cultural que a
arquitetura de um grupo de imigrantes brasileiros exerceu em várias
cidades no Golfo de Benim. Esse impacto foi análogo, em alguns aspectos,
à doutrinação cultural experimentada pelos colonizados em
territórios coloniais (laotan, 1943, p. 1).7 Os elementos visuais das
construções foram criados para reforçar a
autopromoção das identidades dos grupos.
A migração dos
afro-brasileiros para o Golfo de Benim foi única por várias
razões. Primeiro, ela destacou a forma como alguns desses imigrantes se
estabeleceram no Golfo, mesmo que tenham sido levados como escravos de outras
partes da África (brown,
1964, p. 34). Talvez sua arquitetura até mesmo os tenha ajudado a romper
a ligação anterior com suas terras de origem, declarando que os
novos assentamentos eram seu verdadeiro lar. Além disso, os imigrantes
podem ter tentado refazer sua difícil permanência no exterior como
escravos ou indivíduos economicamente marginalizados em narrativa
segundo a qual, em último caso, prosperaram como cidadãos no
Brasil. Seus prédios ricamente ornamentados, assim, simbolizavam essa
narrativa e cimentavam as fluidas identidades locais de imigrantes
afro-brasileiros, resultantes da tentativa da população nativa de
entender quem eram os imigrantes quando ouviam seus falares.
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1 Musibau Akanni, diretor da Casa da Nigéria, o centro
cultural da Nigéria em Salvador, Brasil, disse-me que
“aguda” é uma corruptela de “Rua d’Ajuda”,
onde os ex-escravos moravam em Salvador. Robin Law
(2004, p. 350) declarou que os daomeanos usavam o
termo para distinguir os imigrantes afro-brasileiros dos imigrantes portugueses.
“amaro” originou-se de termo usado para designar as áreas
dos mercadores estrangeiros no sudoeste da Nigéria. O grupo
étnico fon no Daomé
chamava o povo anagô do sudoeste da
Nigéria contemporânea “nagô” (matory, 2005, p. 4). Matory
atribui a grande atenção que a cultura nagô recebeu na
historiografia da escravidão brasileira do século XIX a
divulgadores que escreveram histórias nagô em
livros ingleses que foram amplamente divulgados. Os “professores
de inglês” classificaram largamente a civilização
nagô como iorubá (matory,
2005, p. 46-64). Os Krio, em Serra Leoa, chamavam os
escravos libertos do sudoeste da Nigéria de “aku”,
termo derivado de ekusheh (bem feito em
iorubá), e os residentes em Lagos os denominaram saros,
quando eles retornaram (fyle, 2004, p. 369 e koytoff, 1965, p. 86). Os habitantes de Gana chamavam os
imigrantes afro-brasileiros de “ta bom”,
que significa “está bom” em português do Brasil.
Alguns tabom mudaram-se de Lagos para Accra (schaumloeffel, 2009).
2 “The Consecration
of Mr. Shitta’s
Mosque”, Lagos Weekly Record, 7 de julho
de 1894.
3 Os imigrantes afro-brasileiros
muçulmanos do sexo masculino, na sua maioria, ao contrário de
suas contrapartes locais, se casaram (soumonni, 2005,
p. 238).
4 Em notas de rodapé, Turner cita
Bonfim como seu informante.
5 Verger afirmou que nove revoltas
ocorreram entre 1807 e 1835 na Bahia.
6 Para descrições de alguns
poucos arquitetos e construtores, ver Macmillan
(1968, p. 106, 108, 110, 114); Laotan (1943, p. 7,
11-17); Gomez (2005, p. 127) e Drewal (2000, pp.
243-244). Lázaro Borges da Silva, Francisco Nobre e Baltazar dos Reis
trabalharam em muitos projetos juntos. Para imagens e ilustrações
de sua arquitetura na Nigéria e República do Benim, ver Cunha
(1985, p. 100-169); Akinsemoyin e Vaughn-Richards
(1976, p 16-28); Hallen
(1988, p. 16-23); Benedetti (1985, p. 30-37); Carroll (1992, p. 74-78); Dmochowski (1980, p. 2-56) e Marafatto
(1983).
7 O título do livro evidencia que
os Laotan viam a comunidade afro-brasileira em Lagos
como uma colônia brasileira. Ver também Olinto (1985, p. 77). Em
um dos casos mais reveladores da relação entre os imigrantes
afro-brasileiros e os residentes locais de Lagos, no romance de Olinto, uma
mulher aguda se gabou de que os afro-brasileiros ensinaram aos moradores
numerosos ofícios da construção civil e introduziram
sementes de mandioca e castanha de caju no protetorado britânico de
Lagos.
Adedoyin Teriba é doutorando de história
da arquitetura na Universidade de Princeton nos Estados Unidos da
América. Nascido da Nigéria, ele trabalhou como arquiteto e
gerente de projeto em seu país de origem e nos Estados Unidos.
Recebido em: 12/05/2012
Aceito em: 28/09/2012
TERIBA, Adedoyin.
Usando noções de beleza para recordar e ser conhecido na
região do Golfo de Benim. Textos escolhidos de cultura e arte
populares, Rio de Janeiro, v.10, n.1, p. 19-29, mai. 2013.
Figura 1: Grande Mesquita em
Porto Novo Benim Foto Milton Guran
Figura 2: Casa em Agoue, Benim Foto Milton Guran
Figura 3: Casa
Ajavon 1909 em Ouidah,
Benim Foto Milton Guran
Figura 4: Villa Mawuname em Lome, Togo Foto
Milton Guran