A TRANSIÇÃO ENERGÉTICA CORPORATIVA COMO EXPRESSÃO DO GREEN GRABBING (APROPRIAÇÃO VERDE)
NOTAS A PARTIR DO BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.12957/tamoios.2025.91002Resumo
Diante da crise climática, a política brasileira de adaptação e mitigação tem se orientado pela transição energética de caráter corporativo. Porém, esse modelo revela-se contraditório, pois aprofunda impactos e injustiças territoriais historicamente enraizadas no país. Este artigo tem como objetivo analisar criticamente o modelo de transição energética em curso, demonstrando como ele se materializa nos territórios por meio do green grabbing, funcionando como um mecanismo de reprodução e manutenção do processo de acumulação de capital. A partir de uma abordagem metodológica que articula instrumentos quantitativos e qualitativos — incluindo levantamento e sistematização de dados, além de trabalhos de campo — constata-se que a principal fronteira de expansão dos projetos de energia renovável no Brasil está localizada na região Nordeste. Nessa região, observa-se uma distribuição assimétrica dos impactos negativos, que se expressa em múltiplas dimensões territoriais, configurando um cenário de injustiça territorial. Conclui-se, portanto, que esse processo amplia desigualdades pré-existentes, compromete modos de vida e ameaça o direito coletivo ao território.
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