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QUANTO VALE UM TERRITÓRIO? MARCAS DO DESASTRE DE FUNDÃO NA PAISAGEM DE MARIANA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/tamoios.2024.71017

Resumo

No âmago dos debates que propõem discutir os efeitos das maquinações capitalistas sobre os territórios, estão sublinhados os desastres sociotecnológicos e ambientais que têm na estruturação sistêmica do capital sua principal origem. Não é incomum, apesar disso, que as análises dessas repercussões sejam desatentas aos reflexos intangíveis das imposições capitalistas ao redor do mundo. Neste artigo síntese da dissertação da autora, pretendemos identificar, a partir do rompimento da barragem de Fundão, de propriedade da Vale Mineração S.A., da Samarco Mineração S.A. e da BHP Billiton – ocorrido em 05 de novembro de 2015 em Mariana-MG –, os custos materiais e imateriais da sobrevalorização de um modelo econômico fadado à autodestruição.  Para tanto, teremos na Paisagem da Destruição o parâmetro de análise que permitirá, por meio de seu amadurecimento conceitual, compreender as consequências de um desastre-crime que perdura ao longo do tempo contrastando com a retomada econômico-produtiva dos agentes mineradores nos territórios atingidos.

Biografia do Autor

Celiane Souza Xavier, Universidade Federal de Minas Gerais

Doutoranda em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável pela Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais. Mestra em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável pela Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais e Arquiteta e Urbanista formada pela Universidade Federal de Ouro Preto. Ao longo da formação acadêmica, obteve experiência teórico-prática como pesquisadora em projetos dedicados à temática de conflitos socioambientais provocados pelo rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana-MG. Além disso, integrou a equipe técnica da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, Habitação e Cidadania da Prefeitura de Ouro Preto, na qual adquiriu habilidades relativas à análise técnica de construções em situação de vulnerabilidade geológico-geotécnica e estrutural, à elaboração de projetos de reforma, à elaboração de projetos dos programas habitacionais e planilhas orçamentárias. Também compôs o corpo de assessoria técnica aos atingidos e atingidas pelo rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana-MG, desempenhando atividades integrantes do processo de cadastramento das perdas e danos materiais e imateriais sofridas pelos núcleos familiares atingidos, especialmente com relação ao levantamento arquitetônico e vistoria técnica nos terrenos, construções e benfeitorias, bem como da sistematização dos dados de campo e elaboração de relatórios técnicos e memoriais descritivos. Atuou como Arquitetura e Urbanista mobilizadora popular no processo de construção do plano de reparação integral junto aos atingidos e atingidas pelo acionamento do Plano de Ação de Emergência de Barragem de Mineração, em Itatiaiuçu-MG. Atualmente, compõe a equipe de assessoria técnica às comunidades atingidas em Esmeraldas pelo rompimento da Barragem B1 da Mina do Córrego do Feijão, ocorrido em janeiro de 2019 em Brumadinho

Maria Cristine Villefort Teixeira, Universidade Federal de Minas Gerais

Possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Minas Gerais (1976), mestrado em Geografia Organização Humana do Espaço pela Universidade Federal de Minas Gerais (1996) e doutorado em Planejamento Urbano pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano da Universidade Federal do Rio de Janeiro (2004). Atualmente é Professora Titular do Departamento de Projetos da Escola de Arquitetura e docente do Programa de Pós-graduação em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável (PPG-ACPS) da Universidade Federal de Minas Gerais. Tem experiência na área de Planejamento Urbano e Regional, atuando principalmente com os seguintes temas: habitação social, política urbana, paisagem urbana, morfologia urbana, projeto de arquitetura e urbanismo e ensino de arquitetura e urbanismo.

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Publicado

2024-01-18

Versões

Como Citar

Xavier, C. S., & Teixeira, M. C. V. (2024). QUANTO VALE UM TERRITÓRIO? MARCAS DO DESASTRE DE FUNDÃO NA PAISAGEM DE MARIANA. Revista Tamoios, 20(1). https://doi.org/10.12957/tamoios.2024.71017

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Artigos