REPRESENTATIVIDADE DA FAMÍLIA ASTERACEAE EM COMPÊNDIOS OFICIAIS E FITOTERÁPICOS NO BRASIL

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/ric.2024.81512

Resumo

Asteraceae é uma das famílias botânicas mais representativas mundialmente e possui relevância medicinal. Este estudo teve como objetivo analisar a presença desta família em compêndios oficiais, bem como em medicamentos fitoterápicos regularizados no Brasil. Para tal, foram analisados 11 documentos nacionais da Anvisa e do Ministério da Saúde e seis documentos internacionais relacionados a plantas medicinais. Buscou-se caracterizar as espécies de Asteraceae listadas conforme a representatividade das famílias, origem e indicação terapêutica. Foram identificadas 44 espécies pertencentes à família nos documentos examinados, das quais apenas 12 (27,7%) são nativas. A Farmacopeia Brasileira, 1ª edição, apresentou a maior representatividade de Asteraceae, com 21 (47,7%) espécies. Contudo, na edição atual da FB, 6ª edição, constam apenas nove espécies de Asteraceae, sendo somente quatro nativas. A maioria das espécies tem indicação terapêutica para doenças do sistema digestório. Em 2022, foram encontrados 56 fitoterápicos regularizados derivados de Asteraceae, sendo 20 provenientes de três espécies nativas, registrados ou notificados na Anvisa. Conclui-se que Asteraceae tem representatividade significativa na maioria dos documentos analisados, evidenciando sua importância medicinal no Brasil e no mundo. Entretanto, prevalece o predomínio de espécies exóticas tanto nos compêndios nacionais quanto nos fitoterápicos industrializados regularizados na Anvisa. Isso reflete pouco o potencial da biodiversidade brasileira e indica a necessidade de maiores investimentos em pesquisa e inovação por parte do governo, empresas e instituições de ciência e tecnologia. Assim o estabelecimento de normativas e mais publicações técnico-científicas padronizadas, pode contribuir para um melhor aproveitamento do potencial botânico do país.

Biografia do Autor

Laryssa Thaylle Santos da Silva, Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas – Universidade Estadual de Feira de Santana – BA. Brasil.

Graduada em Farmácia pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Participei do grupo de pesquisa no Laboratório de Química dos Produtos Naturais e Bioativos (LAPRON), exercendo as atividades na área de atuação de Química dos Produtos Naturais. Fui voluntária e bolsista do Programa de Extensão TnC e Você: programa de ensino, extensão e pesquisa em práticas integrativas e complementares da UEFS. Realizei mobilidade acadêmica no Instituto Politécnico de Bragança em Portugal (IPB), durante o período de 09/2018 a 02/2019. Participei do programa de voluntariado do IPB durante quatro meses, realizando atividades no Laboratório de Cultura de Plantas In Vitro.

Nina Claudia Barboza Silva, Laboratório de Botânica Aplicada – Universidade Federal do Rio de Janeiro – RJ. Brasil.

Possui graduação (Bacharelado e Licenciatura) em Ciências Biológicas pela UNIRIO, mestrado em Ciências Biológicas (Biofísica) pela UFRJ e doutorado em Biotecnologia Vegetal pela UFRJ. Pós-doutorado pelo Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Formação em Ayurveda pela Associação Brasileira de Ayurveda (ABRA) e pelo Arya Vaidya Pharmacy Training Academy (AVP Índia). Professora Associada III da Faculdade de Farmácia da UFRJ atuando na graduação nas disciplinas de Farmacobotânica, Botânica Aplicada e Etnobotânica. Orienta alunos no Mestrado Profissional em Ciência e Tecnologia Farmacêutica/UFRJ e na Pós -graduação em Biologia Vegetal/ UERJ. Professora da especialização latu senso em Fitoterapia UFRJ/JBRJ/ABIFIT e da Fitoterapia aplicada à Nutrição Clínica - CEFITO/ UFRJ. Professora associada do Instituto de Pesquisa Jardim Botânico do Rio de Janeiro junto ao Centro de Responsabilidade Socioambiental. Coordena o Laboratório de Botânica Aplicada (UFRJ) onde desenvolve projetos de pesquisa e extensão voltados para promoção da saúde, práticas integrativas e complementares em Saúde, plantas medicinais e Ayurveda. Tem experiência na área de Botânica, atuando principalmente nos seguintes temas: etnobotânica, conhecimento popular, plantas medicinais, práticas integrativas e complementares no SUS, Ayurveda, cultura de tecidos vegetais.

Ygor Jessé Ramos, Centro de Responsabilidade Socioambiental - Instituto de Pesquisa Jardim Botânico do Rio de Janeiro

Possui graduação em Farmácia pela Universidade Federal da Bahia. É Doutor e Mestre em Biologia Vegetal pela UERJ/Farmanguinhos - FIOCRUZ, com foco em plantas medicinais e metabolismo secundário. Tem especialização em Gestão da Inovação de Fitomedicamentos pela FIOCRUZ/Farmanguinhos, em Gestão e Docência no Ensino Superior pelo Instituto Brasileiro de Formação de Educadores de São Paulo, e em Fitoterapia e Prescrição de Fitoterápicos pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas. Participou do Grupo de Trabalho de Prática Integrativa (2018 - 2023) e do Grupo de Trabalho em Cannabis (2022 - 2023) do Conselho Regional de Farmácia do Rio de Janeiro. É colaborador científico do Laboratório de Produtos Naturais e Bioquímica e do Centro de Responsabilidade Socioambiental do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. É orientador credenciado no Programa de Pós-graduação em Biologia Vegetal da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Atualmente, ocupa a posição de Professor Adjunto no Departamento do Medicamento na Faculdade de Farmácia da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Atua frente ao Laboratório Farmácia da Terra (FARTERRA) e no Laboratório de Pesquisas de Produtos Naturais (LPPN). Possui experiência na área de Botânica aplicada e Farmácia, com ênfase em Farmacognosia e Biotecnologia; Gestão da Fitoterapia no SUS; Etnofarmacologia/ Etnobotânica; Ecologia química; Cultivo, Beneficiamento e Práticas Culturais com Plantas Medicinais.

Ingrid Estefania Mancia de Gutiérrez, Programa Terapias não-Convencionais (TnC) e Você – Universidade Estadual de Feira de Santana – BA. Brasil.

Graduação em Farmácia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Especialista em Gestão da Inovação Tecnológica pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Mestre e Doutora em Biotecnologia com ênfase em Recursos Naturais da Região Nordeste pela UEFS. Foi consultora externa por um ano da Coordenação de Medicamentos Fitoterápicos e Dinamizados (COFID) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e trabalhou na elaboração de monografias de espécies da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS) junto ao MS. Atualmente é docente do Curso de Farmácia da UEFS. Coordenadora do Programa Terapias não-Convencionais (TnC) e Você: um projeto de ensino e extensão em terapias complementares e integrativas da UEFS (RE CONSEPE 72/2013) e integrante do Programa de extensão Universidade Aberta à Terceira Idade (UATI) (RE CONSEPE 13/1992) e do Programa de extensão Rede de Apoio, Afetos e Ações Solidárias para a UEFS (RE CONSEPE 22/2019). Tem experiência na área de Plantas medicinais e alimentares, Assuntos Regulatórios em Fitoterápicos e Prospecção Tecnológica, atuando principalmente nos seguintes temas: bromatologia, controle de qualidade de matéria-prima vegetal, técnicas cromatográficas, bioativos de origem natural, práticas integrativas e complementares em saúde, regulamentação de fitoterápicos.

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Publicado

2025-01-31

Como Citar

Silva, L. T. S. da, Silva, N. C. B., Ramos, Y. J., & Gutiérrez, I. E. M. de. (2025). REPRESENTATIVIDADE DA FAMÍLIA ASTERACEAE EM COMPÊNDIOS OFICIAIS E FITOTERÁPICOS NO BRASIL. Revista Internacional De Ciências, 14(3), 123–141. https://doi.org/10.12957/ric.2024.81512

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