Efeitos da terapia hormonal da menopausa sobre a gordura corporal
DOI:
https://doi.org/10.12957/rhupe.2014.9805Resumo
O envelhecimento populacional tornou-se um fenômeno global. O aumento na expectativa de vida ocorreu em ambos os sexos, no entanto, o aumento mais expressivo ocorreu na população feminina. Isto significa que, gradativamente, um maior número de mulheres estará vivendo mais tempo no período pós-menopáusico, o qual já corresponde a 1/3 de suas vidas. Outro fenômeno que acompanha o da longevidade é o da prevalência da obesidade, que tem aumentado dramaticamente nas últimas décadas. A Organização Mundial da Saúde estima para 2015 uma prevalência de 2,3 bilhões de adultos com sobrepeso e mais de 700 milhões com obesidade. Sabemos que desde o início do período de transição da fase fértil para a não reprodutiva, denominado climatério, há uma predisposição das mulheres para o ganho de peso, e devido à deficiência estrogênica, o padrão de deposição de gordura torna-se fenotipicamente mais semelhante ao do homem, assumindo um padrão androide, ou seja, com predomínio de acúmulo na região abdominal. O excesso de gordura visceral está associado ao desenvolvimento de doenças metabólicas, tais como diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica, dislipidemias e aumento do risco de eventos cardiovasculares. Embora existam controvérsias, evidências suportam que a terapia hormonal da menopausa (THM) possa amenizar este quadro. A THM não está associada com aumento de peso ou aumento da adiposidade corporal, ao contrário, parece desempenhar um papel metabólico protetor, impedindo ou diminuindo a remodelação do tecido adiposo do padrão ginecoide para o androide. Nosso objetivo é discutir as alterações corporais sofridas pelas mulheres no período do climatério, principalmente com relação ao peso e distribuição da gordura corporal, além de abordar os possíveis efeitos da THM neste contexto.
Descritores: Menopausa; Obesidade; Terapia de reposição de estrogênios; Composição corporal.
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2014;13(1):47-53
doi:10.12957/rhupe.2014.9805