Tuberculose no idoso
Abstract
Indivíduos idosos, independente de sexo e grupo etário, são particularmente suscetíveis à infecção pelo Mycobacterium tuberculosis, provavelmente, devido tanto a fatores biológicos – nutrição e estado imunitário comprometidos, comorbidades, polifarmácia e, talvez, fatores raciais – quanto a fatores socioeconômicos – pobreza, condições de vida e acesso a cuidados de saúde.No entanto, a população idosa é funcionalmente heterogênea, e aproximadamente 80% dos seus indivíduos são saudáveis quando considerados sob o ponto de vista da autonomia e da independência.Porém, um número significativo de indivíduos acumulou perdas funcionais associadas à idade, em particular déficits imunitários, desregulação neuroendócrina e sarcopenia, que atingiram os limites clínicos da síndrome de fragilidade, tornando-os propensos a uma série de desfechos mórbidos negativos, tais como dependência, incapacidade, quedas e lesões, lenta recuperação de doenças, institucionalização, mortalidade elevada, doenças agudas e hospitalização. É, provavelmente, entre esses indivíduos, que o Mycobacterium tuberculosis encontra um campo fértil para a sua multiplicação.A coorte que compõe a atual população de idosos teve seu primeiro contacto com o bacilo nas décadas da primeira metade do século XX, época de alta prevalência da doença e de indisponibilidade de formas eficientes de tratamento. Muitos foram expostos e desenvolveram a doença; alguns passaram a albergar o Mycobacterium em sua forma quiescente, manifestada, muitas vezes, por lesões fibróticas vistas em exames radiológicos de tórax.Neste Capítulo, analisaremos os aspectos especias da epidemiologia, patogenia, manifestação clínica e radiológica, diagnóstico eRoberto A. LourençoAgnaldo José LopesTuberculos e no IdosoAno 5, Julho / Dezembro de 2006 91tratamento da tuberculose, nessa população especial definida pela sua inclusão em faixas etárias superiores aos 60 anos de idade.Downloads
Published
2006-12-31
Issue
Section
Artigos