Diagnóstico radiográfico e tomográfico da tuberculose pulmonar
Abstract
A descoberta dos raios X no final do século XIX teve grande impacto na Medicina. O método radiográfico mudou de forma categórica a abordagem médica que até então baseava o diagnóstico apenas na propedêutica clássica representada pela palpação, percurssão e ausculta. A radiografia do tórax representa, muitas vezes, a primeira abordagem diagnóstica na maioria das doenças pulmonares incluindo a tuberculose. De forma geral, as alterações radiológicas da tuberculose são a fiel tradução dos eventos etiopatogênicos desencadeados a partir do contágio.A manifestação inicial da doença é o foco de Gohn, o cancro de inoculação do bacilo de Koch, instalando-se habitualmente no lobo inferior direito. A partir daí, surgem tentativas orgânicas de deter a progressão bacilar, a primeira delas encabeçada por leucócitos e macrófagos que se mostra insuficiente e ocorre, por via linfática, disseminação dos microrganismos atingindo os linfonodos regionais mediastinais e/ou hilares. Surge então, nova tentativa de defesa agora representada pelo aumento do volume dos linfonodos, estabelecendo-se então o complexo primário também designado complexo de Ranke, representado pelo pólo parenquimatoso, linfangite e pelos linfonodos tumefeitos, características da primoinfecção ou tuberculose primária. Estes eventos são habitualmente oligo ou assintomáticos, ocorrem com mais freqüência na infância e podem, raramente, ser surpreendidos ao exame radiográfico (Fig.6.1). Uma vez estabelecido o complexo primário, a infecção tende a regredir espontaneamente em cerca de 90% dos casos ou evoluir nos restantes tanto a partir do polo parenquimatoso quanto linfonodal.Downloads
Published
2006-12-31
Issue
Section
Artigos