Resposta clínica à vardenafila em hipertensos com disfunção erétil vasculogênica

Autores

  • Valter Javaroni Doutor - PGCM/FCM/UERJ; Médico Urologista.
  • Mário Miguez Médico Radiologista/HUPE/UERJ
  • Wille Oigman Professor Titular do Departamento de Clínica Médica da FCM/UERJ.
  • Mario Neves Professor Titular - Departamento de Clínica Médica/UERJ; Médico.

Resumo

A disfunção erétil (DE) tem alta prevalência entre hipertensos e tem sido considerada marcador precoce de risco cardiovascular. A presença e gravidade da DE bem como a resposta clínica aos inibidores da fosfodiesterase tipo 5 (PDE5) parecem depender da biodisponibilidade do óxido nítrico (NO) endotelial e da extensão da doença aterosclerótica. O objetivo deste estudo foi avaliar a correlação entre a gravidade da DE e da resposta clínica da vardenafila usada uma hora antes do intercurso sexual em hipertensos com DE vasculogênica e sem doença cardiovascular maior com dados antropométricos, laboratoriais, escore de risco cardiovascular e parâmetros vasculares funcionais e estruturais. A resposta clínica à vardenafila on demand foi avaliada conforme o percentual de respostas positivas à questão 3 do Perfil do Encontro Sexual (PES3). Os parâmetros vasculares considerados foram a espessura médio-intimal (EMI) da carótida comum, a dilatação mediada pelo fluxo (DMF) da artéria braquial e a dilatação nitrato-mediada (DNM). Foram incluídos 100 homens hipertensos com idade entre 50 e 70 anos, sendo 74 portadores de DE vasculogênica e 26 com função erétil normal que serviram de grupo controle. Nos pacientes com DE, o índice de massa corporal, relação cintura-quadril, EMI da carótida, níveis séricos de triglicerídeos, coles-terol total e LDL foram significativamente maiores que no grupo controle. Após o uso de vardenafila on demand, os pacientes com mais de 50% de respostas positivas ao PES3 ou 50% de respostas afirmativas e um incremento de 6 pontos ou mais em relação ao Índice Internacional de Função Erétil (IIEF-FE) basal e/ou resposta positiva a Questão de Avaliação Global (QAG), foram considerados respondedores. O escore do IIEF-FE basal se correlacionou negativamente com a EMI da carótida (r=-0,48, P<0,001) e com o escore de Framingham (r= -0,41, P<0,001) no grupo com DE. Houve forte correlação positiva entre a resposta clínica à vardenafila com a DMF (r= 0,70, P<0,001), que não se observou entre o subgrupo de diabéticos. Concluímos que, nessa amostra de hipertensos, a gravidade da DE foi relacionada a parâmetros vasculares estruturais (EMI), enquanto a resposta clínica à vardenafila on demand foi mais diretamente dependente da função vascular momentânea (DMF). A falta de eficácia clínica ao inibidor da PDE5 on demand pode servir como marcador clínico que identifica homens hipertensos com um risco cardiovascular aumentado.

Biografia do Autor

Valter Javaroni, Doutor - PGCM/FCM/UERJ; Médico Urologista.

Doutor - PGCM/FCM/UERJ; Médico Urologista.

Mário Miguez, Médico Radiologista/HUPE/UERJ

Médico Radiologista/HUPE/UERJ

Wille Oigman, Professor Titular do Departamento de Clínica Médica da FCM/UERJ.

Professor Titular do Departamento de Clínica Médica da FCM/UERJ.

Mario Neves, Professor Titular - Departamento de Clínica Médica/UERJ; Médico.

Professor Titular - Departamento de Clínica Médica/UERJ; Médico.

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