A Demanda de uma unidade de referência estadual em Hanseníase no Norte do Brasil
Resumo
No estado do Pará, vários fatores políticos, sociais e geográficos dificultam o acesso das comunidades distantes aos serviços de saúde retardando o controle da Hanseníase. MÉTODOS: Pesquisa de caráter operacional, descritivo, realizada no período de janeiro a julho de 2008 e 2009, na unidade de Referência em Hanseníase Dr. Marcello Candia, localizada no município de Marituba. RESULTADOS: No período estudado, a URE recebeu 3016 pacientes com hanseníase ou alguma sequela. Entre janeiro e julho de 2009, apenas 9,2% dos encaminhamentos chegaram preenchidos corretamente e 72,5% sem nenhuma história clínica do paciente. A região metropolitana de Belém é a maior responsável pelo número de encaminhamentos. CONCLUSÃO: Apesar do principio da descentralização da saúde estar na lei 8.080 e mesmo as ações de hanseníase estejam contempladas no plano de regionalização (NOAS – SUS 01/2001), ainda existe uma lacuna a ser ajustada entre o que está escrito e o que acontece na prática. A dificuldade no cumprimento do fluxo correto dos pacientes faz com que os mais graves fiquem com uma espera de até três meses para atendimento, podendo sofrer danos irreversíveis. Assegurar este processo de descentralização no controle da Hanseníase é um grande desafio que compete a todos das categorias profissionais envolvidas.