Apresentação

Autor/innen

  • Paulo de Tarso Veras Farinatti
  • Walace David Monteiro
  • Nádia Lima da Silva
  • Ricardo Brandão de Oliveira

DOI:

https://doi.org/10.12957/rhupe.2013.8730

Abstract

A aceitação de uma relação positiva entre atividade física regular e saúde data dos anos 1950, mais especificamente a partir da publicação dos resultados pioneiros do grupo liderado pelo Dr. Jeremy Morris, demonstrando que o nível cotidiano de atividades físicas era preditor da incidência de doença cardiovascular em motoristas de ônibus na cidade de Londres. Desde então, diversos follow-ups e ensaios clínicos vêm confirmando os efeitos benéficos da prática de atividades físicas, na prevenção e tratamento de um sem número de doenças crônicas e limitações funcionais. Desse modo, existe consenso na comunidade científica de que estratégias de promoção da saúde deveriam incorporar apoio à adoção de modos de vida ativos.

No tocante à prevenção e tratamento de doenças, a prescrição de exercícios físicos assume um caráter clínico, com características particulares. Além disso, a variedade das enfermidades que podem se beneficiar de programas de exercícios implica na necessidade de formação diversificada daqueles que lidam com os pacientes. Por isso, equipes multidisciplinares contando com educadores físicos, fisioterapeutas, médicos, nutricionistas, enfermeiros, dentre outros, fazem-se cada vez mais comuns, levantando questões ao mesmo tempo ricas e específicas a cada condição.

A multiplicidade de aplicações clínicas do exercício físico é o tema central deste número da Revista HUPE. Partindo da experiência angariada pelo Laboratório de Atividade Física e Promoção da Saúde (LABSAU), do Instituto de Educação Física e Desportos da UERJ, os textos apresentados abordam temas ligados aos programas de exercícios físicos ali desenvolvidos, bem como temas ligados às linhas de pesquisa e disciplinas ministradas por seus docentes. As características e impacto de programas de exercícios para diferentes populações são descritas com base em revisão da literatura e experiência prática.

O caráter clínico dos textos advém do fato de as atividades do LABSAU derivarem, em sua quase totalidade, de programas de intervenção com exercício. Assim, atividades de ensino e pesquisa gravitam em torno de programas de exercícios concebidos para idosos, hipertensos, cardiopatas, crianças e adultos com síndrome metabólica e obesidade, portadores do HIV, apenas para citar alguns. Isso permitiu desenvolver competências específicas para diminuir os riscos associados à prática de exercícios e potencializar os resultados que se deseja obter em cada condição. Propositadamente, solicitou-se aos autores uma abordagem eminentemente aplicada, de maneira a esclarecer como o treinamento de qualidades físicas como a capacidade aeróbia, força muscular e flexibilidade poderiam ter impacto positivo em diferentes quadros clínicos.

Obviamente, os textos não se pretendem revisões exaustivas, até por limitações de espaço. A ideia foi introduzir os temas, levantando questões para reflexão e, em certos casos, resumindo estratégias a seguir na prática em programas de intervenção, sem prejuízo à discussão teórica. Assim, os artigos agrupados neste número da Revista HUPE visam permitir aos profissionais de saúde, de forma geral, vislumbrar potenciais aplicações clínicas do exercício físico à realidade das populações com que lidam em sua prática profissional.

Em suma, ao mesmo tempo em que as aplicações clínicas do exercício são discutidas de forma ampla e teoricamente consistente, convida-se o leitor a um aprofundamento nos assuntos abordados, quem sabe contribuindo com novas perspectivas para a melhoria da saúde de nossos pacientes.

Desejamos boa leitura a todos!

Veröffentlicht

2013-12-31