Estimulação transcraniana por corrente contínua: da aplicação clínica ao desempenho físico
DOI:
https://doi.org/10.12957/rhupe.2013.8710Resumo
Técnicas não invasivas para modular a função cerebral vêm sendo desenvolvidas, dentre as quais se destaca a estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC). Este artigo de revisão teve por objetivo descrever as características e mecanismos associados à ETCC, bem como suas aplicações clínicas potenciais, analisando estudos que relacionaram esta técnica com neuroplasticidade, reabilitação e desempenho físico. Os principais mecanismos de ação propostos para a ETCC envolvem receptores N-metil-D-aspartato, principalmente no tocante aos efeitos pós-estimulação. Esses efeitos seriam influenciados por alguns neuromoduladores, como a serotonina, dopamina, adrenalina, GABA e acetilcolina. Há um consistente corpo de evidências sugerindo que a ETCC seja eficaz no tratamento de distúrbios neurológicos como doença de Parkinson, mal de Alzheimer, depressão e compulsões por drogas e alimentos. Estudos recentes sugerem que um novo campo de aplicabilidade da ETCC possa estar relacionado com um provável efeito ergogênico, especialmente sobre a produção de força muscular, desempenho aeróbio e percepção do esforço. É possível, igualmente, que a ETCC possa ter efeitos favoráveis sobre o dispêndio energético após exercício físico e com o controle da pressão arterial.
Descritores: Terapia por estimulação elétrica; Neurotransmissores; Efeito melhoria dorendimento; Exercício físico; Saúde.
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(4):27-37
doi:110.12957/rhupe.2013.8710