Apresentação

Autores

  • Rogério Rufino Serviço de Tisiologia e Pneumologia. Departamento de Especialidades Médicas. Faculdade de Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
  • Cláudia Henrique da Costa Serviço de Tisiologia e Pneumologia. Departamento de Especialidades Médicas. Faculdade de Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

DOI:

https://doi.org/10.12957/rhupe.2013.8482

Resumo

Décadas atrás havia uma cidade no Brasil que era o maior exemplo de como o meio ambiente e, em particular, a composição do ar desencadeava(m) alterações patogênicas no corpo humano, como doenças respiratórias, eventos cardiovasculares e transtornos comportamentais. Naquela época Cubatão, de pouco mais de 160 km2, foi selecionada para acolher um poderoso parque industrial, que utilizava principalmente combustíveis fósseis (e pouco da biomassa). Simultaneamente, muitos problemas de saúde começaram a emergir: maior frequência de fetos anencéfalos, aumento de mais de quatro vezes o número de doenças respiratórias, maior taxa de infartos do miocárdio, arritmias cardíacas... Tudo isso em relação a cidades com as mesmas proporções. Assim, nos anos 1980, ela chegou a ostentar o título de cidade mais poluída do mundo, fato felizmente já revertido. Este mau-exemplo do processo industrial brasileiro e mundial tem influenciado nas frequênciasde algumas doenças, especialmente a asma brônquica e a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Mesmo as fontes de energia consideradas mais limpas podem desencadear respostas inflamatórias sistêmicas no corpo humano. A energia é mãe do desenvolvimento das cidades, ao mesmo tempo que o oxigênio é o principal substrato para a energia corporal. Mas o oxigênio vem sendo servido para o corpo humano com novos “temperos” e isto tem desfechos médicos. É fato que a asma e a DPOC têm aumentado na população mundial. Em 2010 a Organização Mundial de Saúde considerou as doenças respiratórias crônicas (bem como as doenças cardiovasculares, o diabetes e o câncer) temas especiais de pesquisas e de medidas institucionais e internacionais para contê-las, propondo metas e recursos especiais. Tais grupos de foram anunciados como ‘doenças não comunicáveis’ –sombra das doenças comunicáveis, que são de etiologia infecciosa. Hoje temos na população mundial até 45% dos adultos acima de 70 anos com DPOC e, também, 10 a 35% dos adultos têm diagnóstico de asma. Doenças frequentes no dia a dia de todos nós; relacionadas quase sempre à poluição atmosférica ou individual consentida (tabagismo) e ao processo competitivo e industrial urbano. Este volume da Revista HUPE apresenta, em 10 artigos de revisão sobre o conhecimento patogênico, a melhor proposta de diagnóstico e diversos novos tratamentos no controle da asma e da DPOC. Todos os autores possuem muita experiência sobre os assuntos apresentados, que foram expostos de forma simples e que, acreditamos, contribuirá na formação dos leitores.

Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013:12(2)9

doi: 10.12957/rhupe.2013.8482

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Publicado

2013-06-30