Polineuromiopatia do paciente crítico: uma revisão da literatura

Autores

  • Victor E. C. Zamora Serviço de Fisioterapia. Hospital Universitário Pedro Ernesto. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
  • Mônica R. Cruz

DOI:

https://doi.org/10.12957/rhupe.2013.7539

Resumo

A polineuromiopatia do paciente crítico é uma doença com grande prevalência entre os pacientes internados em unidade de terapia intensivae expostos aos seus fatores de risco, dentre osquais a sepse possui grande importância. Essa doença provoca redução da funcionalidade do paciente e dificulta sua saída da prótese ventilatóriapor atingir os nervos e músculos tanto dosmembros quanto os ventilatórios, promovendo alterações funcionais no sarcolema e causando redução na sua excitabilidade e perda de fibras musculares tanto do tipo I quanto do tipo II, além de prejudicar a função mitocondrial muscular. A abordagem clínica dos indivíduoscom polineuromiopatia do paciente críticoestá baseada na identificação da fraqueza generalizada,na exclusão de outras causas defraqueza muscular extrínsecas à doença críticae na mensuração da força muscular. O uso daescala do Medical Research Council (MRC)e da dinamometria de preensão manual sãométodos simples de se identificar a fraquezamuscular adquirida na unidade de terapiaintensiva. Algumas terapêuticas possíveis paraa polineuromiopatia do paciente crítico são ocontrole estrito da glicemia através da infusãode insulina, o uso cauteloso de bloqueadoresneuromusculares e corticosteroides, a reabilitaçãoprecoce e o uso de protocolos de desmameda ventilação mecânica invasiva. No entanto, arecuperação do paciente depende de inúmerosfatores, incluindo a idade do indivíduo, a doençade base, comorbidades e o nível de intensidadeda reabilitação. A presente revisão da literaturatem o objetivo de descrever as característicasgerais da lesão neuromuscular decorrentes dapolineuromiopatia do paciente crítico, os principaisaspectos de sua avaliação clínica e física, afisiopatologia da falha do desmame ventilatórioe as possíveis terapêuticas existentes para essadoença. A equipe multidisciplinar deve estaratenta à presença dessa afecção, com a finalidadede agir precocemente, visando reduzir seusefeitos deletérios.

Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(3):118-129

doi:10.12957/rhupe.2013.7539

Downloads

Publicado

2013-09-30