Infecções por Staphylococcus aureus: mudança do perfil epidemiológico no Hospital Universitário Pedro Ernesto

Autores

  • Júlio C. D. Correal Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Ciências Médicas. Faculdade de Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
  • Elizabeth Andrade Marques Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia. Faculdade de Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
  • Werneck Loureiro Guilherme Departamento de Epidemiologia. Instituto de Medicina Social. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
  • Robson Souza Leão Departamento de Microbiologia. Faculdade de Ciências Médicas. Faculdade de Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
  • Paulo Vieira Damasco Departamento de Medicina Interna. Faculdade de Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.12957/rhupe.2013.7529

Resumo

As infecções relacionadas à assistência em saúde (IRAS) representam um crescente problema pelas consequências na mortalidade dos pacientes e pelos altos custos na assistência a estes enfermos. Atualmente, o Staphylococcus aureus é considerado um dos micro-organismos mais importantes mundialmente no contexto das IRAS. O Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) foi inicialmente descrito como um patógeno associado às infecções relacionadas à assistência em saúde. Porém, um clone de MRSA, o CA-MRSA emergiu na comunidade causando infecções graves – tais como infecções de pele e anexos, fasceíte necrotizante, abscessos intra-abdominais, infecção da corrente sanguínea ou bacteremia, sepse, artrite séptica, osteomielite, endocardite, meningite, infecções relacionadas a uso de cateteres intravasculares ou cateteres vesicais e pneumonia (comunitária e hospitalar, associada ou não à ventilação mecânica) – e está atualmente predominando nos hospitais brasileiros. O objetivo deste artigo é descrever aspectos relacionados com a epidemiologia das infecções por cepas CA-MRSA no Hospital Universitário Pedro Ernesto, avaliando especificamente fatores de risco relacionados com as infecções por CA-MRSA. Foi realizado um estudo retrospectivo das infecções/colonizações de fevereiro de 2005 até julho de 2011. Nas análises das tendências temporais da apresentação dos subtipos de MRSA foi observada uma diminuição no número de cepas de MRSA multirresistente (HA-MRSA) (p < 0,05) e uma tendência ao aumento de cepas não multirresistentes (CA-MRSA); mas sem alcançar a significância estatística (p = 0,06). Não houve associação entre o fenótipo específico de MRSA e a mortalidade devida à infecção por cepas MRSA. Uma idade acima de 70 anos (OR: 2,46, IC95%: 0,99 – 6,11), a presença de pneumonia adquirida no hospital (OR: 4,94, IC95%: 1,65 – 14,8), a doença pulmonar obstrutiva crônica (OR: 6,09, IC95% 1,16 – 31,98) e a leucemia (OR: 8,2, IC95%: 1,25 – 54,7) foram fatores de risco associados à mortalidade nas infecções por cepas de S. aureus.

Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(3):31-46

doi:10.12957/rhupe.2013.7529

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Publicado

2013-09-30