O tratamento das doenças sistêmicas reumatológicas: uma análise crítica do uso dos AINHs, considerando o risco cardiovascular

Autores

  • Márcia B. Castier Disciplina de Cardiologia. Departamento de Especialidades Médicas. Faculdade de Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
  • Evandro M. Klumb Disciplina de Reumatologia. Departamento de Medicina Interna. Faculdade de Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
  • Elisa M. N. Albuquerque Disciplina de Reumatologia. Departamento de Medicina Interna. Faculdade de Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.12957/rhupe.2013.7085

Resumo

Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 1):74-80

doi:10.12957/rhupe.2013.7085

Os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) são medicamentos usados com elevada frequência em todo o mundo, particularmente entre as mulheres após os 45 anos com manifestações articulares e em muitas oportunidades por períodos prolongados, principalmente os AINEs que apresentam seletividade para a isoenzima ciclo-oxigenase (COX-2). Os efeitos adversos mais conhecidos desses agentes ocorrem no trato gastrointestinal (GI) e incluem, sobretudo, a doença péptica e a hemorragia digestiva. São ainda frequentemente relatadas a insuficiência renal aguda, a hipertensão arterial, a doença arterial coronariana aguda (IAM) e a insuficiência cardíaca, cuja mortalidade foi superior às causadas por câncer cervical. Nas últimas décadas, eventos adversos cardiovasculares têm sido descritos mais frequentemente com o emprego dos agentes COX-2 seletivos. Dessa forma, a identificação de fatores de risco cardiovascular (CV) nos pacientes para os quais um AINE venha a ser prescrito tornou‑se mandatória em nossos dias. O principal mecanismo de ação desses agentes é a inibição da síntese das prostaglandinas (PG), que agindo predominantemente sobre uma ou outra isoforma da COX inibe ou favorece os mecanismos vaso-oclusivos. Assim, a inibição seletiva da COX-2, que participa da formação da prostaciclina (PGI2) e cuja ação é eminentemente antitrombótica, vasodilatadora e de promoção da redução da agregação e adesão de plaquetas, contribui para o desencadeamento dos eventos adversos cardiovasculares. O uso de AINE em pacientes com artrite reumatoide sejam COX-2 seletivos ou clássicos, demonstraram maior risco para eventos cardiovasculares quando comparados ao placebo. Na população geral, AINE com seletividade parcial para a COX-2, podem determinar aumento do risco de morte de causa cardiovascular e maior frequência de acidente vascular encefálico (AVE). O conjunto desses achados com medicamentos usados tão amplamente reforça a necessidade de uma análise crítica de seus riscos a cada paciente para os quais esses agentes forem prescritos.

Descritores: Anti-inflamatórios não esteroides; Efeitos adversos; Doenças cardiovasculares; Risco.

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Publicado

2013-08-20