O acometimento renal na hipertensão arterial e diabetes mellitus tipo 2: como identificar e prevenir – A visão do nefrologista

Autores

  • José Mauro Vieira Júnior Disciplina de Nefrologia. Departamento de Medicina Interna. Faculdade de Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
  • José Hermógenes R. Suassuna Disciplina de Nefrologia. Departamento de Medicina Interna. Faculdade de Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.12957/rhupe.2013.7083

Resumo

Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 1):53-60

doi:10.12957/rhupe.2013.7083

Cerca de 30% dos pacientes com diabetes mellitus desenvolvem nefropatia diabética, especialmente em associação com hipertensão arterial. Além disso, essa patologia responde por 30-40% dos pacientes em diálise crônica. A doença renal crônica, mesmo em estágios menos graves, é um importante determinante de desfechos adversos em pacientes hipertensos e diabéticos, sendo atualmente considerada um dos mais significativos fatores não tradicionais de risco cardiovascular. Entretanto, vale ressaltar que o risco cardiovascular também aumenta com a perda da filtração glomerular, de forma proporcional e independente. Ao contrário do DM tipo I, clinicamente a nefropatia diabética no tipo II pode caracterizar-se por microalbuminúria no momento do diagnóstico, perda da função renal sem microalbuminúria, macroalbuminúria sem microalbuminúria prévia, ou hipertensão grave e patologia vascular precoce. Os achados histopatológicos são heterogêneos, apresentado uma mistura de glomerulosclerose diabética e nefrosclerose hipertensiva, mas também outras lesões vasculares e isquemia glomerular. A base para a prevenção e tratamento da nefropatia diabética e suas comorbidades cardiovasculares está no 1) controle metabólico intensivo; 2) controle pressórico rigoroso e 3) bloqueio do sistema renina-angiotensina. Diversos estudos sugerem que esta última intervenção parece ter efeitos que independem e ultrapassam o controle pressórico. O bloqueio da angiotensina determina diminuição da proteinúria, da hipetensão e hipertrofia glomerular, além de ter efeitos anti-inflamatório e antifibrótico. Novos tratamentos da nefropatia diabética com substâncias antioxidantes e anti-inflamatórios/antifibróticos vêm sendo propostos, com resultados encorajadores.

Descritores: Diabetes mellitus; Insuficiênciarenal crônica; Proteinúria; Hipertensão.

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Publicado

2013-08-20