O uso de dispositivos auxiliares para marcha em idosos e sua relação com autoeficácia para quedas
DOI:
https://doi.org/10.12957/rhupe.2018.40858Resumen
Introdução: O aumento da longevidade impõe cada vez mais a
necessidade de estudos relacionados à promoção do envelhecimento
funcional e com maior independência e autonomia.
Neste contexto, a utilização dos dispositivos auxiliares para a
marcha visando prevenção de quedas e a melhora da qualidade
de vida nessa população pode ser positiva aumentando
a autoeficácia para queda, como também interferir de forma
negativa aumentando o risco de quedas. O objetivo deste estudo
foi verificar se existe relação entre o uso de dispositivos
auxiliares para marcha no aumento da autoeficácia para quedas
nos idosos participantes. Método: Trata-se de um estudo
descritivo com dados do Banco FIBRA – JF com a utilização
das variáveis de interesse para os objetivos deste estudo. A
amostra foi composta por 280 idosos, sendo verificado o uso
de dispositivos auxiliares para a marcha e as respostas da Escala
de autoeficácia para quedas (FES-I). Resultados: A relação da
autoeficácia com o uso de dispositivos auxiliares foi significativa
nas questões que dizem respeito a subir ou descer escadas,
andar sobre superfície escorregadia e subir e descer uma ladeira.
Os resultados do grupo sem dispositivo auxiliar de marcha
(GSDAM), foram significativos quanto à autoeficácia nos itens
relativos às atividades externas e sociais. Ao compararmos a
autoeficácia com o evento de quedas no GSDAM, foi verificada
uma relação direta entre os indivíduos que se mostraram
extremamente preocupados em cair e os que de fato caíram.
Conclusão: O uso de dispositivos auxiliares para a marcha não
aumenta efetivamente a autoeficácia para quedas em idosos,
e tais dispositivos não podem ser considerados instrumentos
únicos e confiáveis na prevenção de quedas.
Descritores: Bengala; Equipamentos assistivos; Fisioterapia;
Acidentes por quedas; Idoso frágil.
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