Editorial

Autores

  • Roberto Alves Lourenço Editor executivo

DOI:

https://doi.org/10.12957/rhupe.2016.32665

Resumo

Testes de desempenho físico são frequentemente utilizados para avaliar indivíduos quanto a sua capacidadede enfrentar os desafios associados à manutençãoda saúde e à correção de problemas trazidos pelo aparecimento de morbidades. Em geral, tais testes são empregados para rastrear indivíduos suspeitos de serem portadores de condições adversas de saúde, algumas das quais não diagnosticáveis por outros métodos, uma vez que estão aquém do limiar clínico. Em outras circunstâncias, os testes de performance fazem parte dos itens que compõem o próprio critério diagnóstico.[1] Exemplos destes últimos são o teste de velocidade de marcha (VM) e o de força de preensão manual (FPM). Ainda pouco utilizados pela maior parte dos profissionais de saúde, a VM e a FPM estão cada vez mais presente no dia a dia dos profissionais que cuidam da saúde de indivíduos idosos, para o diagnóstico de condições tais como a síndrome de fragilidade e a sarcopenia.[2,3] Têm sido propostos, também, como avaliação funcional que deve anteceder decisões terapêuticas no tratamento de neoplasias e na definição de risco pré-operatório de idosos que serão submetidos a procedimentos cirúrgicos. Várias são as limitações de tais métodos, entre as quais destacamos a ausência de consenso em relação aos métodos de aplicação, assim como a não universalidade dos seus pontos de corte, isto é, aqueles valores a partir dos quais podemos considerar que um indivíduo tem lentidão demarcha (VM) ou fraqueza muscular (FPM). No Brasil, alguns grupos de pesquisa têm produzido uma série de trabalhos estudando tais questões.[4]

No presente fascículo da Revista HUPE, Saldanha e colaboradores [5] estudaram um interessante aspecto de uma das formas e usos de avaliação da marcha: o retornoda frequência cardíaca após esforço no teste de caminhadade seis minutos (TC6M). A medida da distância percorrida neste teste é um bom preditor de mortalidade em pacientes com injúrias graves (por exemplo, doença pulmonar obstrutiva crônica), se enquadrando bem para avaliação de tais pacientes uma vez que é “…um teste debaixo custo, de simples reprodução, que simula bem as atividades de vida diária e com uma boa correlação como consumo de oxigênio máximo”. O objetivo dos autores foi avaliar a variabilidade da frequência cardíaca (FC) após o TC6M em 104 indivíduos saudáveis de ambos os sexos. Eles concluíram que, nestes indivíduos saudáveis, a FC pós teste se aproxima significativamente da inicial, dispensando um tempo maior de espera para a repetiçãodo teste. Se confirmado este achado em indivíduos portadores de morbidades cardíacas e pulmonares, isto pode acrescentar um aspecto positivo adicional para a aplicabilidade do teste.

Boa leitura!

Referências

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Saldanha DA, Cortopassi F, Souza YR, et al. Teste de Caminhada

em seis minutos: variabilidade da frequência cardíaca

no intervalo entre o primeiro e segundo teste em indivíduos

saudáveis. Revista HUPE. 2016;15(4):316-311.

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Publicado

2016-12-19

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Editorial