Dor crônica, equilíbrio e quedas de idosos em Instituições de Longa Permanência
DOI:
https://doi.org/10.12957/rhupe.2016.31609Resumo
Introdução: Entre pessoas idosas, destacando-se as institucionalizadas, as quedas constituem um dos principais problemas clínicos e de saúde pública devido à sua alta incidência, às consequentes complicações para a saúde e aos altos custos assistenciais. Além disso, existe a realidade da alta prevalência de doenças osteomusculares com quadros álgicos importantes. Objetivo: Verificar se existe associação entre a presença de dor crônica de origem osteomuscular, deficit de equilíbrio e ocorrência de quedas no último ano em idosos institucionalizados. Materiais e métodos: A amostra de idosos residentes em três instituições filantrópicas na região metropolitana de Porto Alegre foi submetida à aplicação dos questionários Miniexame do Estado Mental, Escala de Equilíbrio de Berg, além de um formulário sobre o perfil sociodemográfico e clínico. Discussão e resultados: Foram avaliados 49 idosos, dentre eles, 83,7% mulheres, 44,9% viúvas, 46,9% com escolaridade menor do que oito anos, e 61,2% realizavam algum tipo de atividade física. A média do escore total de BERG no grupo com quedas foi similar a do grupo sem quedas e também o foi entre os grupos com dor e sem dor. Entretanto, houve diferença significativa entre aqueles com idade até 79 anos e os longevos. Conclusão: Não foi encontrada associação entre a presença de dor crônica de origem osteomuscular com o desequilíbrio e as quedas. Porém, a idade avançada demonstrou ser um fator determinante no equilíbrio.
Descritores: Envelhecimento; Institucionalização; Dor musculoesquelética; Equilíbrio postural.
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