Estudo preliminar sobre registros de deiscência de ferida operatória em um hospital universitário
DOI:
https://doi.org/10.12957/rhupe.2016.31605Resumo
Uma das complicações graves da fase pós-operatória é a deiscência da ferida operatória. Essa ocorrência mobiliza toda equipe de saúde e acarreta cuidados específicos ao paciente cirúrgico associados ao tempo de internação, custos e riscos envolvidos. Trata-se de um estudo descritivo, exploratório e retrospectivo, realizado em duas unidades de internação de cirurgia geral de um hospital universitário de grande porte, durante o terceiro trimestre de 2013. Os objetivos foram conhecer o perfil do paciente com deiscência de ferida operatória e descrever as condutas com base no registro da equipe de saúde contido no prontuário. Os participantes foram selecionados a partir da consulta aos prontuários, e o critério de inclusão foi a presença do termo “deiscência” nos registros de médicos e enfermeiros. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o registro nº 314.157/2013. Os resultados apontaram 10 deiscências, a maioria em mulheres com histórico prévio de doenças associadas, a partir das 96 horas de pós-operatório. O sítio cirúrgico mais evidenciado foi a região abdominal. Concluiu-se que a casuística, embora limitada, evidenciou nos registros de médicos e enfermeiros não haver uniformidade de condutas e cuidados. Recomenda-se a utilização de protocolos específicos para feridas cirúrgicas visando direcionar a tomada de decisão clínica mais acurada.
Descritores: Deiscência da ferida operatória; Prontuários; Procedimentos curativos; Enfermagem cirúrgica.
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