Particularidades no manejo do diabetes em pacientes nefropatas

Resumo

O diabetes é uma doença sistêmica que pode comprometer vários órgãos, com redução de qualidade e expectativa de vida. Dentre os órgãos afetados, a nefropatiadiabética merece destaque, sendo o diabetes a principal causa de doença renal terminal em nosso país e no mundo. O tratamento de pacientes diabéticos com insuficiência renal é um grande desafio clínico, pois a presença de nefropatia grave leva a alterações metabólicas que aumentam o risco de hipoglicemia. Há aumento da meia-vida da insulina em pacientes nefropatas. Já o desenvolvimento de novos hipoglicemiantes orais nos últimos anos ampliou as opções terapêuticas potencialmente vantajosas para esse grupo de pacientes. Por outro lado, a complexidade na individualização do tratamento torna-se ainda maior, pois é fundamental conhecer as contraindicações, ajustes de posologia necessários, riscos de efeitos colaterais e nefrotoxicidade de cada uma dessas drogas. Em pacientes em diálise, vários fatores podem prejudicar o controle glicêmico, incluindo tanto fatores relacionados à nefropatia quanto relacionados ao método dialítico empregado. Outro fator que contribui para a complexidade do tratamento desses pacientes é o fato dos parâmetros laboratoriais tradicionalmente utilizados para a avaliação do controle glicêmico sofrerem influências importantes em decorrência da doença renal terminal, podendo haver redução da sua acurácia. O conhecimento de todos esses fatores é fundamental para que o complexo tratamento dos pacientes diabéticos com doença renal terminal possa ser adequadamente individualizado, de modo a se obter o melhor controle glicêmico possível com o mínimo risco de hipoglicemia.

Descritores: Insuficiência renal; Diabetes mellitus; Terapêutica.