Vertigem na infância

Authors

  • Roberto Campos Meirelles Departamento de Especialidades Cirúrgicas. Faculdade de Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.12957/rhupe.2015.16211

Abstract

A disfunção vestibular em crianças gera prejuízos no desenvolvimento motor, equilíbrio e habilidades de leitura. A incidência em escolares oscila em 15%. Acredita-se que sejam subdiagnosticados. As causas principais incluem a vertigem paroxística benigna da infância isolada (18,7%) ou associada à enxaqueca (17,6%), traumatismo craniano (14%) e neurite vestibular (9,81%). O quadro clínico apresenta mal-estar indefinido,cinetose, náuseas, vômitos, distúrbio visual, mudança súbita de comportamento, agitação, perturbações do sono, cefaleia, inabilidade para realizar movimentos coordenados, escusa de determinados brinquedos, percepções imprecisas da forma de objetos, da distância, da posição espacial ou da relação com objetos circundantes, inaptidão para alguns exercícios físicos, quedas, atraso de desenvolvimento motor e da linguagem escrita ou falada. Podem gerar comprometimento psíquico, atraso escolar, ansiedade e pânico. O exame físico pesquisa alterações de orelha média, de tuba auditiva, rinite alérgica, rinossinusopatia, faringotonsilite e alterações musculares no pescoço. Os testes clínicos são úteis para identificar a hipofunção vestibular. A seleção dos testes depende da colaboração da criança, sendo difícil antes dos cinco anos. A prova de autorrotação cefálica é fácil de ser realizada, permitindo evidenciar alteração funcional do reflexo vestibulo-ocular horizontal e vertical. A terapêutica inclui controle alimentar, estimulo à ingestão hídrica, higiene do sono e controle da ansiedade. Os medicamentos restringem-se aos bloqueadores dos canais de cálcio como cinarizina e flunarizina. A ginko-biloba tem efeito benéfico, potencializando a compensação central. Os benzodiazepínicos podem ser usados em crises severas e rebeldes. Na compensação, a prática de atividades físicas e a reabilitação vestibular oferecem resultados rápidos, devido à maior neuroplasticidade da criança. O futuro indica para a adequada seleção de quais exames subsidiários são importantes e a determinação dos padrões de normalidade nas diversas faixas etárias, que não existe atualmente.

Descritores: Vertigem; Transtornos de enxaqueca; Tontura.

Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2015; 14(1): 62-67

doi: 10.12957/rhupe.2015.16211

Published

2015-03-31

Issue

Section

Artigos