Gestação e obesidade: um problema emergente
DOI:
https://doi.org/10.12957/rhupe.2014.12130Resumo
Diante do crescimento da prevalência de sobrepeso e obesidade na população adulta brasileira, sobretudo nas mulheres em idade fértil, a gestação neste grupo populacional torna-se merecedora de atenção pelas autoridades de saúde no nosso país. Esta condição ainda é pouco estudada, e não há centros de referência para o atendimento das grandes obesas gestantes. Sabemos que grandes obesas têm chance de iniciar a gestação com a saúde comprometida por uma variedade de doenças crônicas, entre as quais podemos citar: hipertensão arterial, diabetes tipo 2, asma brônquica e esteatose hepática. Alguns estudos já mostraram aumento de risco para o binômio mãe/feto para além do período fetal. A gestação deve ser cuidadosamente planejada, uma vez que os métodos contraceptivos podem sofrer perda de sua eficácia pelo excesso ponderal nestas mulheres e em especial nas que se submeteram à cirurgia bariátrica. O manejo do período pré-natal requer atenção diferenciada, visando controlar o ganho ponderal materno e minimizar as complicações fetais já conhecidas, como macrossomia, anomalias e deficiências nutricionais. Os achados desta revisão demonstram que o excesso de peso na gestação constitui fator de risco para a saúde da mãe e do concepto. A pandemia de obesidade, que agora atinge países em desenvolvimento, afeta de forma especial mulheres em idade fértil. A gestação em grandes obesas gera necessidade aumentada de exames pré-natais, maior número de partos cesáreos, aumento de infecções em sítio cirúrgico, maior tempo de internação – o que leva a grande impacto econômico para o sistema de saúde pública. São necessários mais estudos e investimentos em capacitação de equipes de saúde e materiais específicos para atender estas pacientes.
Descritores: Obesidade mórbida; Obesidade; Cirurgia bariátrica; Gravidez.
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2014;13(3):17-24
doi: 10.12957/rhupe.2014.12130