Doença trofoblástica gestacional

Autores

  • Antonio Braga Disciplina de Obstetrícia. Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro/ Niterói, RJ, Brasil.
  • Bruna Obeica Programa de Pós-graduação em Obstetrícia. Hospital Universitário Antonio Pedro. Universidade Federal Fluminense. Niterói, RJ, Brasil.
  • Valéria Moraes Serviço de obstetrícia. Maternidade do Hospital Universitário Antonio Pedro. Universidade Federal Fluminense. Niterói, RJ, Brasil.
  • Evelise Pochmann da Silva Departamento de Ginecologia e Obstetrícia. Faculdade de Medicina. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
  • Joffre Amim-Junior Departamento de Ginecologia e Obstetrícia. Faculdade de Medicina. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
  • Jorge Rezende-Filho

DOI:

https://doi.org/10.12957/rhupe.2014.12124

Resumo

Doença trofoblástica gestacional é anomalia de gravidez que engloba formas clínicas benignas (mola hidatiforme completa e parcial) e malignas (mola invasora, coriocarcinoma, tumor trofoblástico do sítio placentário e tumor trofoblástico epitelioide). Sua forma mais comum, a mola hidatiforme, acomete 1:200 grávidas brasileiras. No passado era comum a paciente com mola hidatiforme apresentasse sintomatologia exuberante: hemorragia copiosa, cistos teca-luteínicos dos ovários, útero aumentado para a idade gestacional, pré-eclâmpsia precoce, hiperemese e hipertireoidismo. Hoje, com o diagnóstico precoce feito pela ultrassonografia, muitas pacientes são diagnosticadas com gestação molar ainda em fase assintomática. Todavia, este diagnóstico precoce tem dificultado a análise histopatológica do material molar, tornando as técnicas imuno-histoquímica e de biologia molecular importantes para a confirmação diagnóstica. Por seu potencial de evoluir para neoplasia trofoblástica gestacional, as pacientes acometidas por gravidez molar devem ser atendidas em Centros de Referência, onde são inicialmente submetidas ao esvaziamento uterino pela técnica de vácuo-aspiração. Nestes serviços especializados, elas também terão monitorados seus níveis de gonadotrofina coriônica humana a fim de detectar precocemente a persistência da doença e sua progressão maligna. Vale salientar que o uso rigoroso de contracepção hormonal é fundamental para manter fidedigno o marcador tumoral dessa doença. Espera-se que cerca de 20% das pacientes com mola hidatiforme evolvam para neoplasia trofoblástica, cujo tratamento quimioterápico é capaz de curar a grande maioria das pacientes, preservando sua capacidade reprodutiva que, pelo geral, não se altera. O objetivo desse artigo é rever aspectos clínicos, genéticos, patológicos e terapêuticos da doença trofoblástica gestacional, importante causa de hemorragia da gestação.

Descritores: Mola hidatiforme; Gonadotrofina Coriônica Humana; Contracepção.

 

Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2014;13(3):54-60

doi: 10.12957/rhupe.2014.12124

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Publicado

2014-07-29