PSICOLOGIA SOCIAL

 

Inventário do significado do trabalho: explorando evidências de validade no setor de edificações

 

Work meaning inventory: exploring its evidences of validity in the building sector

 

Inventario del significado del trabajo: explorando sus evidencias de validez en el sector de la construcción

 

Rafaele de Araújo Pinheiro*, I; Pedro Fernando Bendassolli**, I; Livia de Oliveira Borges***, II

I Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, Natal, Rio Grande do Norte, Brasil
II Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Este artigo teve como objetivo explorar características de validade do Inventário do Significado do Trabalho (IST), bem como explorar a relação dos tipos de significados e as variáveis sócio-ocupacionais. Para tanto, aplicamos o IST a 402 trabalhadores do setor de edificações em duas capitais do Nordeste brasileiro. Analisamos as respostas dos participantes com a técnica Smallest Space Analisys (SSA). Obtivemos cinco tipos de atributos valorativos e sete de atributos descritivos do trabalho, que se revelaram associados à idade, ao tempo de trabalho em edificações e ao tempo de trabalho no emprego atual.

Palavras-chave: trabalho, significado, edificações.


ABSTRACT

This article aims to explore characteristics of validity to the Work Meaning Inventory (WMI), and to investigate the relationship of the types of meanings and socio-occupational variables. We applied the WMI to 402 workers in the building sector in two capitals for Brazilian Northeast. We used Smallest Space Analysis (SSA) to analyze the participants' answers. We found five types of values attributes and seven types of descriptive attributes of the work, which proved to be associated to the age, the working time in construction and the employment time in current job.

Keywords: work, meaning, building sector.


RESUMEN

Este artículo tiene como objetivo explorar las características de validez Inventario del Significado del Trabajo (IST) y explorar la relación de los tipos de significados y las variables socio-ocupacionales. Por lo tanto, se aplica el IST de sector de la construcción 402 trabajadores en dos capitales del Nordeste brasileño. Analizamos las tareas pendientes con la técnica más pequeño espacio Análisis (SSA). Se obtuvieron cinco tipos de atributo-tos apreciados y siete atributos descriptivos de la obra, que resultó estar asociada con la edad, el tiempo de trabajo en los edificios y el tiempo en la corriente empleo y el trabajo.

Palabras clave: trabajo, significado, construcción.


 

 

1 Introdução

A construção civil é um dos setores de maior impacto na economia brasileira. Responde por 6,5% do Produto Interno Bruto (PIB), e por 8,13% do volume de geração de empregos (Câmara Brasileira da Indústria da Construção, 2015). O setor é também apontado como estratégico em tempos de crise, considerando o amplo espectro de fatores relacionados a esse ramo de atividades, como a produção de capital fixo social, o impacto em outros setores da economia, o reduzido coeficiente de importação, a elevada geração de tributos e a já destacada capacidade de geração de empregos (Teixeira & Carvalho, 2005). De fato, os investimentos no setor na última década mantiveram-se em ascensão, mesmo durante a crise econômica que o país vivenciou em 2008. Conjunturalmente, isso foi possível graças aos projetos de expansão de moradia popular financiados pelo Governo Federal e às obras de preparação para a Copa do Mundo (Gabriel, Abreu, & Lemes, 2014).

Do ponto de vista do trabalho, e diferentemente de outras indústrias, a construção civil não se orienta integralmente pelo modelo de produção em cadeia (com produtos circulando por funcionários fixos), mas na produção centralizada (trabalhadores em torno de um produto fixo). Por essa razão, em geral a produção é baseada no próprio trabalhador, permitindo a existência de "culturas de ofícios" nos canteiros de obras, nos quais alguns conjuntos de trabalhadores (por exemplo, mestres de obras) têm relativa autonomia para controlar o ritmo, a qualidade e o desenvolvimento de sua atividade (Batista, 2010). Com isso, o trabalho depende mais da presença de competências desenvolvidas na experiência do que de uma qualificação formal (Costa, Tomasi, & Magalhães, 2014). Essa característica da atividade, se por um lado traz benefícios, como maior dinâmica e modelos de organização do trabalho que combinam vestígios de trabalho artesanal e taylorizado, por outro impõe algumas tendências no que diz respeito ao perfil de trabalhadores empregados pelo setor que serão exemplificadas a seguir.

Considerando especificamente o setor de edificações, nota-se uma tendência histórica em atração de mão de obra pouco escolarizada (Hauser, 2012). Dados do Relatório Anual de Informações Sociais – RAIS, mostram que, em 2011, 1% dos empregados no setor era composto de analfabetos; 35,1% cursaram até o ensino fundamental incompleto; e 63,2% cursaram até o ensino médio incompleto. Embora essa realidade venha sofrendo mudanças mais recentes (Kirchner, Benetti, Silinske, Stumm & Benetti, 2011; Oliveira & Silva, 2012; Pessoa & Maia, 2013), revela a persistência de algumas contradições e paradoxos do setor. Se, de um lado, as atividades são, em geral, trabalho-orientadas, dependentes de aprendizagem contextual como já destacado, de outro há determinadas características que dificultam o incremento da escolaridade desses trabalhadores, com suas consequências sociais e profissionais correspondentes. Por exemplo, Oliveira (2010) destaca que os trabalhadores da construção civil compreendem seu trabalho como uma ocupação "transitória", e, dessa forma, parecem não ver razões para melhorar sua escolaridade para atuar no setor. Além disso, o intenso ritmo de trabalho, que leva ao desgaste e esgotamento físico e mental, dificulta a motivação ou mesmo as condições para o envolvimento desse trabalhador com atividades educacionais.

Talvez seja por conta de fatores como os supracitados que a atratividade do setor não diminua, mesmo diante de outras marcas negativas, o que amplia os paradoxos e contradições apontadas: afora a questão da escolaridade, trata-se ainda de um setor com os maiores índices de acidentes laborais, sendo um dos mais perigosos do mundo para se trabalhar (Cavalcante, 2013). No cenário nacional, só no ano de 2013 ocorreram mais de 15 mil acidentes, dos quais 12.974 relacionados ao trabalho, com 142 óbitos (Ministério da Previdência Social, 2013). Embora seja um setor regulado quanto a este aspecto (tendo, por exemplo, uma norma própria, a NR-18), evidências sugerem que os altos índices de acidentes estão relacionados, entre outros fatores, à precarização das condições de trabalho (Cockell, 2014; Sousa, Alexandre, Neto, Nunes, & Medeiros, 2015; Takahashi, Silva, Lacorte, Cerveny & Vilela, 2012).

Em suma, os aspectos aqui apresentados reforçam a relevância de se ampliar os estudos sobre a indústria da construção civil. As demandas sociais de sua mão de obra e a peculiaridade de seus processos produtivos tornam o setor objeto de estudo para a psicologia do trabalho. Dentre as possibilidades investigativas, este estudo se soma a estudos prévios (Borges, 1996; 1997; 1999) que priorizam a via dos significados para se compreender a questão do trabalho na construção civil. Parte do princípio de que tais significados são construídos em condições concretas e objetivas. Assim, sua investigação pode trazer elementos para a discussão das transformações laborais pelas quais o setor tem passado. Mas qual a compreensão da psicologia sobre o processo de atribuição de significados ao trabalho? A seguir, apresentamos uma síntese da literatura sobre significado do trabalho, buscando delinear o modelo teórico adotado nesta pesquisa. Então, enunciamos seus objetivos geral e específico.

Os primeiros esforços de sistematização do campo de estudos acerca do significado do trabalho remetem à publicação do grupo Meaning of Work Research Team (MOW, 1987). Essa publicação tornou-se uma das principais referências na área, tanto pela quantidade de participantes mobilizados (mais de 14.000, distribuídos em oito países), quanto pela proposição de um modelo do significado do trabalho no qual este é considerado um fenômeno multifacetado e construído na relação dos indivíduos com o mundo do trabalho.

No Brasil, diversas pesquisas foram realizadas sob a influência do modelo desenvolvido pelo MOW (e.g.: Bastos, Pinho & Costa 1995; Bendassolli & Borges-Andrade, 2011; Motter, Cruz & Contijo, 2011; Santos,1994; Soares, 1992). Alguns desses estudos encontraram resultados que sugeriam a necessidade de adaptação do modelo original a fim de abarcar as especificidades nacionais (e.g., Bastos, Pinho & Costa 1995; Mourão & Borges-Andrade, 2001; Soares,1992). Buscando responder a essa demanda, e distinguindo componentes de valores do trabalho da percepção do trabalho concreto ao modelo, Borges (1997; 1999) e Borges e Tamayo (2001), desenvolveram o Modelo dos Atributos do Significado do Trabalho.

Em tal modelo, o significado do trabalho é definido como "(...) uma cognição social, que varia individualmente, na medida em que deriva do processo de atribuir significados e, simultaneamente, apresenta aspectos socialmente compartilhados, associados às condições históricas da sociedade. É, portanto, constructo sempre inacabado" (Borges & Tamayo, 2001, p. 13). É composto pelas facetas: centralidade do trabalho, importância atribuída ao trabalho comparando com as demais esferas de vida (conceito incorporado da equipe MOW, 1987); atributos descritivos, o que o trabalho é concretamente; atributos valorativos, o que o trabalho deveria ser; e a hierarquia dos atributos, referente à prioridade dada aos atributos descritivos e valorativos. Além de inserir explicitamente a temática dos valores na análise do sentido do trabalho, o modelo foi desenvolvido com população pouco estudada pela Psicologia das Organizações e do Trabalho: os trabalhadores com baixo nível instrucional.

Associado a tal modelo, Borges (1997, 1999) desenvolveu um instrumento, o Inventário de Significado do Trabalho (IST). Sua construção baseou-se no modelo do MOW (1987), na perspectiva de valores de Schwartz (1992) e em entrevistas (Borges, 1996) com trabalhadores de edificações, comércio, costura e confecções do Distrito Federal. O IST apresenta uma série de afirmações sobre o cotidiano do trabalho, nas quais o participante deve sinalizar o quanto descrevem seu trabalho, e o quanto considera que deveriam descrevê-lo.

A primeira versão do inventário, composta por 58 itens (Borges, 1997), foi revista e ampliada – 68 itens (Borges, 1999). Em 2011, Borges e Barros (2015) realizaram nova pesquisa utilizando o IST, dessa vez o aplicando a 411 trabalhadores de duas construtoras de edificações de Belo Horizonte. Para a análise dos dados, em vez de optarem pela análise fatorial, utilizaram uma técnica que permitiu melhor discriminação dos tipos de atributos sem perda de consistência interna (confiabilidade): a Smallest Space Analisys (SSA). Nesta última aplicação, as pesquisadoras identificaram seis tipos de atributos valorativos e dez tipos de atributos descritivos. Os dois conjuntos de tipos de atributos obtiveram alfas variando de 0,65 a 0,86.

Pelo exposto, o presente estudo busca somar-se ao esforço de ampliação empírica do modelo de Borges (1997, 1999). Seu objetivo geral é identificar as evidências de validade do IST junto a uma nova amostra de trabalhadores de edificações, especificamente em duas capitais do Nordeste do Brasil. Além disso, tem como objetivo específico investigar a relação dos tipos de atributos do significado do trabalho identificados com variáveis sócio-ocupacionais inseridas na pesquisa. Embora não seja um estudo longitudinal, ao pretender comparar dois momentos da aplicação do IST, separados quinze anos entre si, visa, como já sugerido, contribuir para uma compreensão das características dinâmicas da construção civil no Brasil.

 

2 Método

Participantes

Participaram desta pesquisa 402 trabalhadores do setor de edificações no Nordeste do Brasil, com idades variando de 18 a 70 anos, e média de 35,9 anos (DP=11,4), 50% provenientes de canteiros de obras de XXX, e 50% de XXX 1. Há apenas uma participante do sexo feminino. A maioria das atividades (postos) foram representadas na amostra, com exceção de cargos que exigem educação formal, como engenheiros e técnicos. Assim, predomina o nível de escolaridade fundamental incompleto (57% dos participantes). O tempo médio de trabalho na construção civil é de 10,6 anos (DP= 10,7).

Instrumento e Procedimentos de Coleta

Utilizamos, como principal instrumento de coleta de dados, o IST (Inventário do Significado do Trabalho), em sua versão de 68 itens (Borges, 1999). Aplicamos de maneira que cada participante era solicitado a fornecer duas respostas para os itens do questionário: uma sobre como percebiam a realidade (atributos descritivos do trabalho), e outra sobre o que o trabalho "deveria ser" (atributos valorativos) (Borges, 1997).

Havia cinco opções de resposta, de 0 a 4, para cada item. Tendo em vista facilitar a resposta para pessoas com baixa instrução, usamos as escalas Likert designando seus níveis por recursos não-verbais, em que a gradação dos números era acompanhada pela gradação na tonalidade das cores verde, para os atributos valorativos, e azul para os atributos descritivos. Quanto mais escuro o tom da cor em cada escala (e mais alto o respectivo número), maior a concordância com o item apresentado. Além do IST, utilizou-se uma ficha para se coletar dados sociodemográficos. As informações eram diretamente registradas num pocket-PC.

Deflagramos as atividades de campo com reuniões nos canteiros de obras das empresas que autorizaram a realização da pesquisa em seus canteiros. Em tais ocasiões, os pesquisadores eram acompanhados por um responsável da empresa. Nas referidas reuniões era apresentada a pesquisa, e então formulado o convite à participação voluntária. Os trabalhadores que aceitavam participar eram então conduzidos, individualmente, a um espaço reservado nos canteiros, de maneira a garantir sua privacidade. Iniciávamos a coleta dos dados propriamente dita com aplicação do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, prosseguindo-se com o preenchimento assistido dos questionários pelo pesquisador.

Procedimentos de Análise de Dados

Transferimos as respostas registradas nos pockets para um banco de dados no SPSS (Statistical Package of Social Sciences). Para agrupar os itens do IST conforme suas similaridades empíricas, foi utilizada a técnica SSA (Smallest Space Analisys) (Guttman, 1986; Roazzi, Federicci, & Wilson, 2001), consistindo num escalonamento multidimensional, não métrico, cujo critério de distribuição é a proximidade: quanto mais semelhantes os elementos analisados, mais próximos estarão na disposição espacial, criando zonas de continuidade e descontinuidade. A partir dessas zonas, identificam-se grupos de itens mais fortemente correlacionados. As escalas de atributos valorativos e descritivos foram analisadas separadamente.

 

3 Resultados

Seguindo o mesmo caminho da análise, serão apresentados, separadamente, primeiro os resultados referentes aos atributos valorativos, e então os referentes aos descritivos.

Atributos Valorativos

A solução gráfica bidimensional gerada pela SSA para os tipos de atributos valorativos permitiu a identificação de cinco tipos de atributos, que se organizaram em função das duas dimensões norteadoras do gráfico, compostas pelos eixos: Desumanização versus Humanização, e Igualitarismo versus Hierarquia, conforme apresentado na Figura 1.  Esses mesmos eixos foram identificados na pesquisa de Borges e Yamamoto (2010), e são assim denominados a partir da interpretação da distribuição dos itens que os compõem.

 


Figura 1. Gráfico da solução SSA para os atributos valorativos

 

Os itens se concentraram, predominantemente, na porção direita do gráfico, especialmente próximo ao eixo horizontal. Isso significa que as respostas dos participantes para o que o trabalho deveria ser se organizaram, principalmente, em termos de igualitarismo e humanização. O oposto, pontos mais escassos e dispersos, ocorreu na porção esquerda do gráfico. Isso sinaliza que a noção de que o trabalho deva ser desumanizante e embrutecedor foi pouco representativa para os participantes. Calculamos o índice de confiabilidade interna (alfa de Cronbach) para cada um dos agrupamentos identificados (tipos), conforme apresentado na Tabela 1, em que também nomeamos os tipos, descrevemos seu conteúdo e registramos as médias da amostra em cada um deles.

 

 

Os índices de confiabilidade mostraram-se satisfatórios. A média aritmética dos escores para cada categoria dos atributos indicou que o Tipo Valorativo 2 (Crescimento pessoal e econômico) e o Tipo Valorativo 1(Respeito e assistência ao trabalhador) foram os que obtiveram os maiores escores, como também reuniram a maior quantidade de itens.

Atributos descritivos

A Figura 2 sinaliza os resultados obtidos para a dimensão descritiva do significado do trabalho para os participantes. O eixo Desumanização versus Humanização se manteve, mas o eixo vertical não, levando à proposta de nova designação, a saber: Exigências Sociais versus Proteção Sócio-organizacional.

 


Figura 2. Gráfico da solução SSA para os atributos descritivos

 

Diferentemente dos atributos valorativos, os pontos apresentaram-se distribuídos mais homogeneamente na área do gráfico, com concentração pouco maior no quadrante formado pelas dimensões Humanização e Exigências sociais. Essa concentração dos pontos sinaliza que são esses os aspectos que melhor organizam as respostas que descrevem o trabalho.

Outra diferença em relação aos atributos valorativos é o maior número de tipos. Embora uma quantidade maior de itens torne a análise dos resultados mais complexa, isso possibilita identificar com mais detalhes os aspectos que os trabalhadores usam para caracterizar seu trabalho. Um único item, "Sou descriminado devido o meu trabalho", se localizou afastado do centro do gráfico e dos demais itens, não sendo incorporado em nenhum dos tipos de atributos descritivos, portanto, ele foi excluído das análises. A consistência interna dos agrupamentos está exibida na Tabela 2.

 

 

O maior número de tipos descritivos, porém, não comprometeu a consistência interna destes, cujos coeficientes de confiabilidade mostraram-se, inclusive, discretamente superiores aos dos atributos valorativos. As médias dos participantes indicam o Tipo Descritivo 4 (Ser responsável) como o mais importante, seguido do Tipo Descritivo 3 (Estar ocupado). A Tabela 3 indica a correlação entre as médias dos tipos de atributos e variáveis contínuas inseridas no estudo. Várias correlações podem ser observadas, embora de pequena magnitude, mas significativas estatisticamente. Elas serão discutidas na próxima seção.

 

 

4 Discussão

Compreendemos que os resultados sinalizaram para a consistência da estrutura empírica do modelo subjacente ao IST, corroborando resultados de estudo anteriores sobre evidências de validade (Borges, 1999; Borges e Alves-Filho, 2003). Também confirmaram que a Escala de Atributos Valorativos e a Escala de Atributos Descritivos apresentam estruturas diferentes entre si, sugerindo validade discriminante para ambas.

Adicionalmente, a estrutura dos eixos organizadores da distribuição dos itens, a quantidade de tipos de cada atributo, com predominância dos descritivos, e a composição geral dos tipos, formados por diferentes itens do inventário, não diferem, quanto ao essencial, do encontrado em aplicações anteriores do IST. As diferenças são ainda menores, quando comparadas à ultima aplicação do instrumento, em que a técnica da SSA também foi utilizada para a análise dos dados (Borges & Barros, 2015). Nesse sentido, podemos concluir que a estrutura empírica encontrada corroborou o domínio conceitual do modelo de significado do trabalho proposto por Borges (1997, 1999).

Uma especificidade, porém, deve ser destacada – o eixo Desumanização apresentou um maior poder de atração dos itens na Escala de Atributos Descritivos do que na Escala de Atributos Valorativos. Isso fica evidenciado pela distribuição mais uniforme dos pontos, comparada à outra escala que exibiu maior concentração no eixo Humanização. A esse respeito, os sentidos de valorização do trabalho como atividade desgastante, identificada por Borges (1999) quando do desenvolvimento original do IST, já não se mostram tão importantes para a estrutura do modelo, tanto nesta pesquisa como também no estudo mais recente conduzido por aquela autora (Borges & Barros, 2015).

A construção civil, no início da presente década passou por crescimento, implicando no aumento da oferta de postos de trabalho, atraindo trabalhadores mais jovens e advindos de outros setores da atividade econômica. Com esse aumento da oferta, o trabalhador tem, em tese, mais oportunidades de decisão, podendo ser mais seletivo na escolha do emprego e no tocante às expectativas subjetivas sobre seu conteúdo. Com isso, o cenário apresentado na introdução deste artigo pode estar começando a dar sinais de mudança, notadamente no que diz respeito à proveniência dos trabalhadores (jovens de contextos urbanos com possíveis novas expectativas de vida e profissionais).

Outra hipótese a ser considerada é de que o crescimento do setor também exerceu influência na aquisição de novas tecnologias e procedimentos que, quando incorporados na produção, reduzem a necessidade do esforço físico. O estabelecimento de procedimentos que padronizam os processos produtivos, requisitos dos sistemas de gestão da qualidade e das certificações desses sistemas, também pode exercer influência no nível de esforço bruto exigido do trabalhador (Oliveira & Silva, 2012). Isso mostra que as características objetivas do trabalho se refletem nos processos (subjetivos) de construção de sentidos, confirmando a natureza dinâmica do fenômeno.

O tipo de atributo valorativo que reuniu mais itens e obteve a maior média foi o que traduz a noção do trabalho como algo que provê crescimento pessoal e econômico, ou seja, características expressivas do trabalho, geralmente associadas a ocupações de maior autonomia e um conteúdo do trabalho mais "enriquecido" (não repetitivo). Resultado semelhante foi identificado pelo estudo de Borges e Barros (2015), no qual os tipos de atributos valorativos de maior destaque foram aqueles em que o trabalho deveria ser expressão de respeito e acolhimento, e fonte de realização e independência econômica. Esse resultado reforça o que se destacou na introdução, referente à convivência, nesse setor, de organização "artesanal", mais dependente do próprio trabalhador e do desenvolvimento in loco de suas competências.

Em 1999, Borges havia identificado que o fator valorativo mais importante era o que expressava a ideia do trabalho como responsabilidade, atendendo às exigências sociais. A ideia principal dos atributos valorativos naquele estudo era de que o trabalho deveria atender a demandas sociais e aspirações humanistas, além de ser desumanizante e levar ao esgotamento. Conforme observado, essa configuração não mais se manteve. Mais uma vez, isso parece coerente com a própria definição de significado do trabalho como um constructo dinâmico, que incorpora as mudanças conjunturais do mundo do trabalho. O setor de edificações, no Brasil, apresenta uma situação diferente daquela de quinze anos atrás, quando o IST foi desenvolvido. Isso se materializa em mais ofertas de trabalho e no "enriquecimento" da própria atividade, notadamente em termos de remuneração. É, portanto, de se esperar que o IST seja sensível à mudança na percepção dos trabalhadores.

Outros aspectos da relação do instrumento com o contexto podem ser apreendidos das correlações entre os tipos de atributos com as variáveis idade, tempo de trabalho e tempo no emprego atual. Por exemplo, a correlação entre idade e o Tipo Valorativo 5 (Reconhecimento, prazer e retribuição) sugeriu ser esse um aspecto mais valorizado pelos trabalhadores com mais idade e experiência no setor. A expertise, provavelmente, levou os trabalhadores mais velhos a esperarem maior reconhecimento, sobretudo em um contexto de entrada de trabalhadores mais jovens, com uma suposta necessidade de demarcar uma autoridade baseada no saber adquirido.

Os tipos de atributos descritivos TD2 (Enfrentar as demandas) e TD3 (Estar ocupado) correlacionaram-se com o tempo no emprego atual, sinalizando que, à medida em que o operário se familiariza com as atividades desenvolvidas no cotidiano e com as situações desgastantes nas condições de trabalho, os aspectos de exploração do trabalho são mais percebidos. O TD4 (Desafiar-se), o TD6 (Ser respeitado e assistido), e o TD7 (Ser reconhecido e equitativamente retribuído) correlacionaram-se com as três variáveis contínuas. A experiência e a apropriação do ofício decorrida com o tempo talvez faça com que esses trabalhadores passem a usufruir de melhores contrapartidas do trabalho. Pode ser que trabalhadores mais jovens, advindos de outros setores, tenham referências mais criteriosas para avaliar a assistência recebida do que trabalhadores mais antigos, que fizeram suas carreiras em edificações. A experiência, tanto na vida quanto nos contextos de trabalho, altera as percepções das pessoas acerca do trabalho. Isso está relacionado ao amadurecimento natural, mas também à vivência de situações de exploração e desgaste ainda existentes nesse setor (Oliveira & Iriart, 2008; Hauser, 2012).

O maior número de tipos descritivos comparados aos valorativos indica, por sua vez, a importância das variabilidades associadas à realidade concreta de trabalho. De um lado, para os tipos valorativos, é possível que as pessoas recorram a elementos de ordem ideológica, ou a representações sociais do trabalho, ao passo que, para os tipos descritivos, elas recorrem à significação atrelada a suas práticas cotidianas no trabalho. Assim, a realidade concreta apresenta maior variedade de características percebidas, expressa pela quantidade de itens. Esse aspecto também foi observado por Borges e Barros (2015), cuja configuração dos tipos de atributos obtidos é bastante próxima à identificada no presente estudo. Na pesquisa de 2011, havia seis tipos de atributos valorativos e dez tipos de atributos descritivos.

O exame das figuras geradas pela SSA permitiu identificar a composição dos fatores em função da orientação dos eixos norteadores, e também perceber o sentido pelas adjacências dos tipos. Quanto a esse particular, o TD7 (Ser reconhecido e equitativamente retribuído) em se localizando entre os eixos Desumanização e Proteção sócio-organizacional, está em adjacência ao TD1 (Sentir-se desgastado e desumanizado), revelou que os trabalhadores não consideram que o reconhecimento e a retribuição têm acontecido. Isso significa que consideram como injustas as contrapartidas recebidas pelo trabalho. Isso aponta, em hipótese, para a manutenção das condições de trabalho típicas do setor (Cockell, 2014; Oliveira & Iriart, 2008).

Ainda sobre a composição dos tipos descritivos, a exclusão do item acerca da discriminação revela um aspecto importante: a discriminação em função do trabalho parece não ser uma característica que representa o trabalho para esses trabalhadores. A vivência da discriminação foi identificada nas entrevistas realizadas por Borges (1996), e nas validações subsequentes do IST (Borges 1999), e também tem sido explorada por outros autores na construção civil (e.g., Cockell, 2014; Oliveira & Iriat, 2008; Kelly-Santos & Rozemberg, 2006). O enfraquecimento do preconceito como um descritor do trabalho para a amostra pesquisada pode ser compreendido em face das já mencionadas transformações no setor da construção civil, que contribuíram para a redução dos aspectos "embrutecedores" do trabalho. No entanto, é possível que, conforme observam Borges e Peixoto (2011), o reconhecimento da discriminação continue, porém de forma velada, mediante a intensa pressão social para suprimi-la. Ou o item em questão não representou bem tal conteúdo mais velado, ou então não conseguiu se distinguiu suficientemente dos demais.

 

5 Considerações finais

Em suma, este estudo objetivou identificar as evidências de validade do IST para uma nova amostra de trabalhadores da construção civil, categoria ocupacional que integrou a amostra quando da elaboração original do instrumento aqui utilizado, quinze anos atrás, e no Sudeste do país. Os resultados confirmaram a estrutura de sete tipos de atributos descritivos, e cinco tipos de atributos valorativos. Comparados com dados anteriores, emergem diferenças na estrutura apresentada, mas sem que isso implique alteração do domínio teórico abarcado pelo construto.

Assim, pode-se concluir que o presente estudo contribuiu para a ampliação da compreensão do IST, constatando a adequação e evidências de validade deste, bem como o pressuposto teórico de que o significado do trabalho é um fenômeno que, devido à sua elaboração social, está em constante transformação, embora os resultados também sinalizem a manutenção de certas características da construção de edificações no Nordeste brasileiro – como a baixa escolaridade, baixo reconhecimento e intensificação das demandas e ritmos de trabalho.

Ao mesmo tempo, a presente pesquisa teve sua amostra limitada a duas capitais nordestinas. Embora parta do pressuposto de que os contextos de trabalho influenciam os significados neles elaborados, não se propôs a realizar investigação exaustiva sobre outras variáveis contextuais de relevância, previstas na literatura sobre significados do trabalho (e.g., MOW, 1987). Novos estudos podem ser desenvolvidos para identificar variáveis contextuais e investigar suas relações com os tipos de atributos do significado do trabalho. Amostras de outras regiões do país possibilitariam a ampliação da compreensão das diferenças regionais sobre o constructo.

Mesmo com os limites apontados, os resultados apresentados permitem recomendar a utilização do IST em pesquisas e investigações organizacionais que visem compreender a elaboração simbólica de seus trabalhadores acerca do trabalho que realizam, podendo, com isso, subsidiar decisões gerenciais. Por exemplo, como fazer para que o trabalhador de um setor trabalho-intensivo, como o da construção civil, encontre sentido em seu trabalho? O fato de os trabalhadores aqui considerados terem indicado uma dimensão valorativa do trabalho que realça características como igualitarismo e participação não deveria levar a discussões sobre como aumentar sua autonomia no trabalho, sobretudo dos mais velhos, cujo saber acumulado os habilita a serem importantes transmissores do saber sobre o ofício em questão?

Por fim, a valorização das características expressivas e de desenvolvimento do trabalho não deveria ensejar, nas empresas, preocupação com a formação e com a disponibilização de oportunidades, mesmo no interior de esquemas hierárquicos ainda rígidos? O jovem que hoje trabalha na construção de edificações, diferentemente do trabalhador de quinze anos atrás, sinaliza querer participar mais ativamente do trabalho, expressando-se por meio dele e sendo por isso reconhecido. Para quem ainda pensa que o trabalho na construção de edificações, muitas vezes retratado de modo pejorativo, é o mesmo dantes, talvez seja o momento de abrir-se a novas reflexões, pois, ali também, se solicita o que provavelmente todo trabalhador solicita: que o trabalho cumpra seu papel de constituinte da subjetividade.

 

Referências

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Endereço para correspondência
Rafaele de Araújo Pinheiro
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Centro de Ciências Humana Letras e Artes, Departamento de Psicologia
Av. Senador Salgado Filho, s/n, Campus Universitário, Lagoa Nova, CEP 59078-970, Natal – RN, Brasil
Endereço eletrônico: rafaeleapinheiro@gmail.com
Pedro Fernando Bendassolli
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Centro de Ciências Humana Letras e Artes, Departamento de Psicologia
Av. Senador Salgado Filho, s/n, Campus Universitário, Lagoa Nova, CEP 59078-970, Natal – RN, Brasil
Endereço eletrônico: pbendassolli@gmail.com
Livia de Oliveira Borges
Universidade Federal de Minas Gerais
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Departamento de Psicologia
Av. Antônio Carlos, 6627, Pampulha, CEP 31270-910, Belo Horizonte – MG, Brasil
Endereço eletrônico: liviadeoliveira@gmail.com

Recebido em: 10/06/2015
Aprovado em: 31/10/2016

 

 

Notas

* Mestre pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
** Doutor, professor adjunto da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
*** Doutora, professora titular da Universidade Federal de Minas Gerais.
1 Dados omitidos para se preservar o anonimato no processo de double blind review.