Chamada Dossiê “Nova etapa para os BRICS: plataforma para o Sul Global ou reafirmação do poder chinês?” | “Nueva etapa para los BRICS: ¿plataforma para el Sur Global o reafirmación del poderío chino?” | “New stage for the BRICS: platform for the Global South or reaffirmation of Chinese power?”

05-01-2024

Chamada e contextualização do dossiê “Nova etapa para os BRICS: plataforma para o Sul Global ou reafirmação do poder chinês?”:

Em 2009, o BRICS tornou-se uma iniciativa governamental composta por Brasil, Rússia, Índia, China e, desde 2011, África do Sul. Apesar das trajetórias díspares destes cinco países, todos os BRICS têm sido atores relevantes, em diferentes proporções, das transformações internacionais ocorridas desde o início do século XXI, sendo vozes relevantes nas mesas de negociações multilaterais.

Neste contexto, e fazendo um exame retrospectivo da trajetória dos BRICS como bloco, podemos diferenciar três momentos distintos. Um período inicial que abrangeu a primeira década do século XXI, caracterizado pelo surgimento destas novas potências que se consolidaram como as áreas mais dinâmicas e economicamente desenvolvidas do mundo. Este crescimento foi capitalizado e transformado em ações de poder global crescente, gerando grandes expectativas nos restantes atores do sistema internacional. Contudo, a partir da segunda década do século, surge uma nova etapa marcada pela crise e pelo desencanto, na qual os Estados membros tiveram que enfrentar as consequências do que ficou conhecido como o fim do boom das commodities. Depois, surgiu um terceiro momento com uma crescente fragmentação intra-BRICS que criou um fosso entre os membros asiáticos (China, Índia e Rússia) e os ocidentais (Brasil e África do Sul). Esta situação acelerou-se em consequência da pandemia causada pelo vírus COVID-19 e foi reforçada pela eclosão da guerra russo-ucraniana.

Atualmente os BRICS parecem estar inaugurando uma quarta fase na evolução do grupo a partir da decisão de expandir o bloco. Assim sendo, torna-se necessário e relevante problematizar alguns aspectos relacionados a esta nova etapa. Especificamente, serão ponderados artigos que contemplem e/ou discutam alguns dos seguintes pontos:

  • Perspectivas sobre o convite para adesão ao Fórum BRICS da Argentina, Egito, Etiópia, Arábia Saudita, Irã e Emirados Árabes Unidos, ou possíveis novos membros.
  • Análise relativa aos interesses, motivações ou percepções dos governos dos membros fundadores para levar a cabo a expansão do bloco.
  • Reflexões sobre a ordem internacional: tentativa contra-hegemónica contra o Ocidente ou procura de redistribuição de poder na actual governação global?
  • Considerações sobre a natureza do Fórum BRICS em termos do funcionamento do bloco.
  • Análises que indaguem se o Fórum BRICS é uma plataforma para o Sul Global ou a mera reafirmação do poder chinês.

O prazo para recebimento de artigos é até 05 de abril de 2024. Para a apresentação desses trabalhos deverão ser levadas em consideração as normas editoriais da Revista Mural Internacional disponíveis no link:

 https://www.e-publicacoes.uerj.br/muralinternacional/about/submissions

===========

La convocatoria busca reflexionar sobre la evolución de los BRICS a lo largo de sus 15 años de existencia. Para ello, se considerarán diferentes miradas teóricas y metodológicas que den cuenta del debate entre investigadores con trayectorias diversas y provenientes de distintas latitudes.

El plazo para la recepción de artículos es hasta el 05 de abril de 2024.  Para la presentación de estos trabajos deberán tenerse en cuenta las normas editoriales de la Revista Mural Internacional.

https://www.e-publicacoes.uerj.br/muralinternacional/about/submissions

Fundamentación de la convocatoria

En 2009, BRICS se convirtió en una iniciativa gubernamental conformada por Brasil, Rusia, India, China y, desde 2011, Sudáfrica. Pese a las trayectorias disímiles que han presentado estos cinco países, todos los BRICS han formado parte, en distintas proporciones, de las transformaciones internacionales ocurridas desde principios del siglo XXI, siendo voces de relevancia en las mesas de negociación multilateral.

En este contexto, y haciendo un examen retrospectivo del discurrir de BRICS como bloque, podemos diferenciar tres momentos distintivos. Un período inicial que abarcó la primera década del siglo XXI, caracterizado por la emergencia de estos nuevos poderes que se consolidaron como las zonas más dinámicas y de mayor desarrollo económico del mundo. Ese crecimiento fue capitalizado y transformado en cuotas de poder global creciente, generando altas expectativas en el resto de los actores del sistema internacional. A partir de la segunda década del siglo, se comenzó a visualizar una nueva etapa marcada por la crisis y el desencanto en la cual los estados miembros debieron enfrentar las consecuencias de lo que se conoció como el fin del boom de los commodities. Luego, irrumpió un tercer momento con una creciente fragmentación intra-BRICS que planteó una brecha entre los miembros asiáticos (China, India y Rusia) y los occidentales (Brasil y Sudáfrica). Esta situación se aceleró a raíz de la pandemia ocasionada por el virus COVID-19 y se potenció con el desencadenamiento de la guerra ruso-ucraniana. 

Ahora bien, en 2023 los BRICS parecen estar inaugurando una cuarta fase en la evolución del grupo a partir de la cual la discusión relativa a la ampliación del bloque se ha profundizado. Por ello deviene necesario y relevante problematizar algunas aristas relativas a esta nueva etapa. Específicamente, se ponderarán los artículos que contemplen y/o dialoguen con algunos de los siguientes puntos:

  • Perspectivas acerca de la invitación a formar parte del Foro BRICS de Argentina, Egipto, Etiopía, Arabia Saudita, Irán y Emiratos Árabes Unidos, o posibles nuevos miembros.
  • Análisis relativos a los intereses, las motivaciones o las percepciones de los gobiernos de los miembros fundadores para realizar la expansión del bloque.
  • Reflexiones sobre el orden internacional: ¿intento contra hegemónico frente a Occidente o búsqueda de redistribución del poder en la actual gobernanza global?
  • Consideraciones acerca de la naturaleza del Foro BRICS en términos del funcionamiento del bloque.
  • Análisis que consideren al Foro BRICS como una plataforma para el Sur Global o bien, como la reafirmación del poderío chino.

===========

The call seeks to reflect on the evolution of the BRICS throughout its 15 years of existence. To do this, different theoretical and methodological perspectives will be considered which contribute to the debate between researchers with diverse trajectories and coming from different latitudes.

The deadline for the submission of articles is April 05, 2024. More information about the editorial standards of the Mural Internacional journal is as follows.

https://www.e-publicacoes.uerj.br/muralinternacional/about/submissions

In 2009, BRICS became a government initiative made up of Brazil, Russia, India, China and, since 2011, South Africa. Despite the dissimilar trajectories that these five countries have presented, all the BRICS have been part, in different proportions, of the international transformations that have occurred since the beginning of the century, being relevant voices at the multilateral negotiation tables.

In this context, and doing a retrospective examination of the BRICS’ trajectory as a bloc, we can differentiate three distinctive moments. An initial period that covered the first decade of the 21st century, characterized by the emergence of these new powers which consolidated themselves as the most dynamic and economically developed areas in the world. This growth was capitalized and transformed into shares of growing global power, generating high levels of expectation in the rest of the actors in the international system. At the beginning of the second decade of the century began a new stage marked by crisis and disenchantment in which BRICS member states had to face the consequences of what was known as the end of the commodities boom. Finally, a third moment emerged with a growing intra-BRICS fragmentation that created a gap between the Asian members of the bloc (China, India and Russia) and the Western ones (Brazil and South Africa). This situation accelerated as a result of the pandemic caused by the COVID19 virus and was reinforced by the outbreak of the Russian-Ukrainian war.

In 2023 the BRICS seem to be inaugurating a fourth phase in the evolution of the group centred in the discussion about the expansion’s process of the bloc. For this reason, it becomes necessary and relevant to problematize some aspects related to this new stage. It will be particularly considered articles that contemplate and/or discuss some of the following points:

  • Perspectives on the invitation to join the BRICS Forum of Argentina, Egypt, Ethiopia, Saudi Arabia, Iran and the United Arab Emirates, or possible new members.
  • Analysis related to the interests, motivations or perceptions of the governments of the founding members of BRICS to carry out the expansion of the bloc.
  • Reflections on the international order: is this new stage a counter-hegemonic attempt against the West or search for redistribution of power in current global governance?
  • Considerations about the nature of the BRICS Forum in terms of the functioning of the bloc.
  • Analysis that considers the BRICS Forum as a platform for the Global South or as the reaffirmation of Chinese power.