(Elle est disparue) A meditação da morte e o cuidado de si uma reflexão em dois atos
DOI:
https://doi.org/10.12957/mnemosine.2024.88606Resumo
O presente ensaio se dá em dois atos que entrelaçam reflexivamente os desparecimentos de Heliana Conde, em 4 de março de 2024, e de Michel Foucault, em 25 de junho de 1984. Assim sendo, com Conde e a partir de Foucault, problematizo a importância da meditação da morte para a prática do cuidado de si, de modo a colocar em operação um procedimento surrealista de conversação com os desaparecidos que habitam o meu pensamento filosófico. No primeiro ato, indico o paradoxo do desaparecimento, que não pode ser concebido como um sumiço absoluto. Já no segundo ato, trago à tona um relato oral de dimensão histórica que torna manifesto o meu ponto de contato com a professora Heliana Conde, a saber, a filosofia de Foucault. Ao articular esses dois atos, busco evidenciar a dimensão não aceleracionista da conversação com os mortos – dimensão que nos dispõe à meditação da morte como prática do cuidado.