A saúde da população negra e a construção de políticas públicas pautadas no cuidado interseccional
DOI:
https://doi.org/10.12957/mnemosine.2023.85820Keywords:
Saúde da população negra; racismo em saúde; cuidado interseccionalAbstract
Este artigo discorre sobre como os modelos de saúde instaurados no Brasil, contribuem para as iniquidades da população negra, apresentando discussões bibliográficas que qualificam a argumentação de que a ruptura com modelos eurocêntricos, possibilita a construção de políticas públicas pautadas no cuidado interseccional. Diálogo com autores críticos do modelo colonial moderno, que discutem os processos coloniais que afetam múltiplas áreas da vida da população negra, como a saúde. Lanço mão da interseccionalidade como ferramenta teórico-metodológica que nos dá instrumentalidade de análise das estruturas de opressão, e as implicações nas políticas públicas, pautadas em ideais universais e hegemônicos. Por fim, aponto que uma estratégia produtiva para pensar a elaboração de políticas, voltadas para as especificidades em saúde da população negra é o enfrentamento da estrutura racial desigual em saúde, a construção de práticas de conhecimento antirracistas e a potencialização de espaços formativos em saúde, que sejam capazes de curar as feridas coloniais e promover um cuidado interseccional.